FALTA D’ÁGUA

Resumo: Aproveitando o lamentável momento que estamos atravessando, no qual vivenciamos a maior crise hídrica da história desse país e, particularmente aqui no Sudeste estamos à míngua de água e nem fazemos ideia do como as coisas vão ficar daqui para frente. Pois então, eu me lembrei de uma pequena poesia que escrevi em 1997 e que, mesmo naquela época, já esboçava muito bem a atual situação, pois ela fala exatamente sobre o fim da água e assim resolvi trazê-la para os senhores.


FALTA D’ÁGUA

As gotas gotejam nas gretas da gruta grande, guiadas pelos gritos grosseiros de guerreiros. Gritos de gigantes gentílicos e grotescos. Gritos de guris gazeteiros e gulosos. Gritos de gente genial.

Água, água, água.

E agora gigantes? E agora guris? Agora a água gastou. Agora a água acabou. E agora?

A gota, o gole, o gosto, a água. Como fazer grotescos gigantes? Como fazer gulosos guris? E agora?

Os gigantes gritavam. Guerra geral gigantes! Os guris gemiam. Guerra geral guris! Guerra, guerra, guerra. E agora?

Água, água, água.

Eram os gritos graves dos gigantes. Água, água, água. Eram os gemidos agudos dos guris. E agora?

Luiz Eduardo Corrêa Lima 29/07/1988

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