REFLEXÕES SOBRE O CONSUMO EXAGERADO (CONSUMISMO)

REFLEXÕES SOBRE O CONSUMO EXAGERADO (CONSUMISMO)

Resumo: Nesse é proposta uma reflexão sobre a nossa maneira de consumo e como a humanidade tem tratado os recursos naturais que o planeta nos fornece e que nos mantêm vivos. Além disso, é questionada a nossa preocupação com os futuros seres humanos, aqueles que nem nasceram ainda. E a questão que fica é a seguinte: que planeta estamos construindo para os que virão?


Uma das questões ambientais que mais tem preocupado a humanidade atualmente é o Consumismo, isto é, a mania de consumir sem necessidade, ou melhor, o consumo exagerado de produtos: consumismo é o consumo feito por vício, um grande prazer em consumir. Vou me ater aqui, apenas a questão do consumismo como uso excessivo e desnecessário dos Recursos Naturais e não vou me preocupar com as questões econômicas relacionadas ao tema.

Vejam bem, o homem, como qualquer espécie viva retira e consome produtos naturais ou produtos derivados de produtos naturais. Quer dizer, na verdade qualquer coisa que usamos se origina de matéria prima (Recursos Naturais) que vêm da natureza, isto é, do planeta Terra. Os demais organismos também se utilizam de recursos naturais oriundos da Terra, mas eles usam aquilo que efetivamente necessitam, enquanto o homem, “Dono da Terra”, usa o que quer.

Pois então, a humanidade tem que entender que o verbo necessitar não é sinônimo de querer, a necessidade é imperante e vital, enquanto o querer e diletante e opcional. A humanidade não só tem que entender essa questão, como precisa agir no sentido que ela seja uma prioridade comportamental. Isto é, o consumo humano tem que passar a ser um mecanismo de auto-regulação do uso dos recursos naturais, para garantir a manutenção desses recursos às futuras gerações.

Nos apropriamos da natureza e assim fazemos dela o uso que bem queremos, sem nos importar com as demais formas vivas e principalmente, sem nos preocuparmos com os demais seres humanos do planeta. Usamos e esgotamos tudo a nosso bel prazer, sem medir as consequências desse uso. Essa maneira de agir é consumismo e esse processo degradante tem que acabar para o bem da própria humanidade.

Consumir, obviamente é necessário, mas extrapolar o consumo é desperdício de recursos naturais e, pior ainda, é impedir que outros, que efetivamente necessitam daquele recurso, possam se utilizar dele. O Planeta Terra e a natureza sempre nos forneceram tudo que necessitamos e poderão continuar fornecendo por muito tempo, desde que saibamos utilizar os recursos naturais com parcimônia. Como disse Gandhi: “na Terra há o suficiente para satisfazer as necessidades de todos, mas não para satisfazer a ganância de alguns”.

A Humanidade tem confundido a ideia de patrimônio natural com a ideia de recurso natural e tem entendido que todo o patrimônio da Terra deve virar recurso para a própria humanidade. Temos agido como se achássemos que todo o patrimônio planetário está aí para ser dilapidado e exaurido pelo homem, mas certamente essa é uma maneira errônea de pensar e principalmente de agir. É bom lembrar que se usarmos tudo hoje, não sobrará coisa alguma e assim, vai fazer falta lá na frente. Ou seja, estamos impedindo que os humanos que nem nasceram, possam nascer e ter os mesmos direitos que tivemos até aqui. Precisamos considerar esse fato e compatibilizar a nossa forma de consumo, dentro de um padrão racional e sem exageros.

Eu poderia ficar dando vários exemplos sobre o consumismo e uso indevido dos recursos naturais, mas vou me limitar e dar aqui apenas três exemplos para esclarecer melhor e tentar demonstrar mais efetivamente o que estou querendo dizer, quanto aos danos produzidos pelo excesso de consumo pela Humanidade.

Num primeiro momento vamos pensar no simples ato de pescar. Se um pescador amador sai de casa para pescar, deve ser imaginado que a princípio ele pesca para se alimentar ou até para se distrair e se divertir. Mas, ao pescar de fato, certamente a grande maioria dos pescadores, não se contentarão em trazer apenas os peixes necessários para o seu consumo e de sua família ou em devolver vivos aqueles que pescou apenas por lazer. Na verdade, eles acabam pegando todos os peixes que forem possíveis e posteriormente, até jogam alguns no lixo, depois de mortos.

Quer dizer, eles tiram a vida dos peixes e os transformam em lixo, impedindo que pudessem ser utilizados como alimento por outros seres humanos ou mesmo por outros animais.  É claro que aqueles peixes mortos também servirão de alimento para outros organismos, mas se eles não fossem mortos desnecessariamente, talvez o número de peixes na próxima temporada pudesse ser maior, em consequência da maior possibilidade de reprodução e geração de descendentes.

 Além disso, sem a interferência humana, ou, pelo menos sem o exagero da interferência humana, talvez houvesse um benefício ao próprio ecossistema onde estavam os peixes. Por outro lado, isso poderia enriquecer a pesca e beneficiar mais gente (mais humanos). Enfim, é possível fazer várias conjecturas, mas geralmente não se faz nenhuma delas e apenas se pesca, se retira e se mata o que não interessa. O peixe aqui é só um modelo de recurso natural e nesse exemplo pode ser demonstrado que o desperdício numa simples pescaria também é uma forma de consumismo.

Outro situação interessante pode ser aquela, já famosa, do número de aparelhos eletrodomésticos nas casas, as televisões, por exemplo. Até três ou quatro dezenas de anos atrás, cada casa geralmente tinha (quando tinha) uma televisão e todos os membros da família iam muito bem e estavam satisfeitos quanto a essa condição. Roa, então por que hoje tem que existir uma TV em cada canto da casa, se na casa só residem, por exemplo, duas pessoas? Na verdade, uma só TV bastaria ou, no máximo duas, uma para cada uma das pessoas (o que já seria um absurdo), mas não; nós preferimos colocar uma em cada lugar e nos esquecemos que tem muita gente, muito ser humano como nós, sem TV nenhuma.

Aliás, tem muito ser humano por aí, sem casa e sem abrigo, o que é um grande absurdo e a maioria dos humanos não está nem aí para esse fato. O hábito de comprar nos ilude, nos tira da realidade e nos leva a supor que, quando estamos comprando algo é quase como se pudéssemos tudo, inclusive esconder a realidade da desgraça humana, onde mais de 1 bilhão de pessoas, seres humanos como nós, vivem na mais total miserabilidade. O Consumismo também nos transforma sem seres mais egoístas, insanos e inconsequentes.

Por fim quero falar também de outro exemplo interessante e trágico, que o da exploração dos recursos minerais, a mineração. Quando se trata de retirar minério, seja ele qual for, sempre se pensa em tirar tudo, muitas vezes sem nem saber se aquilo vai de fato ser utilizado por alguém naquele momento, pois é importante ter “reservas” do mineral. Mas, eu pergunto: por que as riquezas minerais não podem ficar no terreno, onde se formaram?

Na verdade, com a quantidade de minérios que já retiramos do planeta, se tivéssemos uma visão sustentável do uso real e efetivo dos minerais, além dos possíveis mecanismos de reciclagem desses materiais, talvez não precisássemos mais retirá-los da natureza de maneira progressiva e aviltante até esgotá-los como temos feito. Quanta coisa se estraga por desuso e quanta coisa se destrói por uso indevido.

Será que precisamos mesmo retirar totalmente o minério encontrado num dado lugar? Será que é correto, ou melhor, que é humano, prejudicar a muitos indivíduos para beneficiar alguns com a extração mineral? E aqui, não se está nem fazendo referência ao dano ambiental extremamente significativo da mineração.

Vejam bem, que coerência têm esses três exemplos, para quem vive num espaço limitado, com recursos naturais escassos e definidos como é a Terra? Por que o ser humano parece gostar de estragar, de destruir, de gastar e de desperdiçar o planeta? Acredito que seja preciso pensar no futuro, se é que realmente se pretende ter um futuro?

Se a maior parte da humanidade continua gerando filhos e netos e se alguns humanos ainda estiverem pensando em possuir bisnetos, trinetos e etc., então, há que se preparar para se entregar, para essa geração futura, um planeta com uma quantidade razoável de recursos naturais para que eles possam viver e sobreviver. Ou será que estou errado em pensar dessa maneira?

Aqui cabe discutir rapidamente sobre esses dois termos: viver e conviver. Viver é a condição de estar vivo, isto é, metabolicamente ativo, mas para que isso aconteça é necessário que se tenha o mínimo necessário de recursos que viabilizem essa condição e isso é que nos permite sobreviver. Assim, sobreviver é continuar vivendo.  Para continuar vivendo precisaremos sempre de recursos naturais, não existe outra possibilidade, porque não há mágica na natureza.

Sendo assim, logicamente não podemos consumir todos os recursos naturais agora, nem usar todos os produtos deles derivados nesse momento. O futuro é uma “caixinha de surpresas”, que está sendo construída pelas nossas ações cotidianas ao longo da história humana e até aqui, sinto dizer, mas, não trabalhamos de forma correta, pois caminhamos na contramão dos interesses maiores da humanidade.

Será que aquele pescador pensa nessa situação, quando pesca mais do que precisa? Será que aquele telespectador pensa nessa situação, quando enche sua casa de aparelhos de televisão? Será que aquele minerador pensa nessa situação quando extrai todo o minério de uma determinada mina? Será que a humanidade pensa realmente naqueles seres humanos que ainda virão?

Senhores, é preciso que a Humanidade acorde para a realidade. Urge que seja mudada nossa filosofia de vida e o nosso comportamento em relação ao planeta. É fundamental começar a pensar mais seriamente na nossa relação com os nossos futuros descendentes. Já foi dito várias vezes e vou repetir mais uma, que é impossível retirar para sempre as coisas do mesmo lugar, porque, por uma questão física, certamente um dia as coisas vão acabar. Deste modo, tem que existir uma maneira sustentável de garantir uso indeterminado e mais prolongado possível dos recursos naturais.

Dessa mesma maneira torna-se premente o entendimento de que é impossível consumir sem responsabilidade, porque hoje já temos quase 8 bilhões de seres humanos no planeta e a população humana não para de crescer. De alguma forma, toda humanidade tem e continuará tendo as mesmas necessidades básicas para sobreviver. Temos que garantir que esses recursos sejam perpetuados.

Assim, é preciso uma tomada de consciência a fim de que seja possível parar de consumir por puro prazer e que se passe a consumir apenas o estritamente necessário, sem desperdício de recursos naturais. Aqui vale lembrar o ditado que diz: “dia de muito é véspera de pouco”. E eu tomo a liberdade de complementar: “dia de muito é véspera de pouco [e antevéspera de nada]”.

Pensem nisso e tentem limitar o consumo dos recursos naturais ao mínimo necessário e se, por ventura, observarem que não estão conseguindo, por favor, procurem ser mais responsáveis, mais parcimoniosos e sobretudo mais racionais no tratamento e uso desses recursos naturais, tentando se educarem progressivamente, se autoquestionando com aquelas três perguntinhas básicas: Quero? Posso? Devo? 

Se vocês responderem não a qualquer uma das três questões básicas, por favor, procurem outro meio para resolver aquele problema ou usem outros recursos que possam produzir danos menores (menos significativos) ao patrimônio do planeta. Pensem que, desde já, a humanidade e principalmente as gerações futuras agradecem.

Uma das questões ambientais que mais tem preocupado a humanidade atualmente é o Consumismo, isto é, a mania de consumir sem necessidade, ou melhor, o consumo exagerado de produtos: consumismo é o consumo feito por vício, um grande prazer em consumir. Vou me ater aqui, apenas a questão do consumismo como uso excessivo e desnecessário dos Recursos Naturais e não vou me preocupar com as questões econômicas relacionadas ao tema.

Vejam bem, o homem, como qualquer espécie viva retira e consome produtos naturais ou produtos derivados de produtos naturais. Quer dizer, na verdade qualquer coisa que usamos se origina de matéria prima (Recursos Naturais) que vêm da natureza, isto é, do planeta Terra. Os demais organismos também se utilizam de recursos naturais oriundos da Terra, mas eles usam aquilo que efetivamente necessitam, enquanto o homem, “Dono da Terra”, usa o que quer.

Pois então, a humanidade tem que entender que o verbo necessitar não é sinônimo de querer, a necessidade é imperante e vital, enquanto o querer e diletante e opcional. A humanidade não só tem que entender essa questão, como precisa agir no sentido que ela seja uma prioridade comportamental. Isto é, o consumo humano tem que passar a ser um mecanismo de auto-regulação do uso dos recursos naturais, para garantir a manutenção desses recursos às futuras gerações.

Nos apropriamos da natureza e assim fazemos dela o uso que bem queremos, sem nos importar com as demais formas vivas e principalmente, sem nos preocuparmos com os demais seres humanos do planeta. Usamos e esgotamos tudo a nosso bel prazer, sem medir as consequências desse uso. Essa maneira de agir é consumismo e esse processo degradante tem que acabar para o bem da própria humanidade.

Consumir, obviamente é necessário, mas extrapolar o consumo é desperdício de recursos naturais e, pior ainda, é impedir que outros, que efetivamente necessitam daquele recurso, possam se utilizar dele. O Planeta Terra e a natureza sempre nos forneceram tudo que necessitamos e poderão continuar fornecendo por muito tempo, desde que saibamos utilizar os recursos naturais com parcimônia. Como disse Gandhi: “na Terra há o suficiente para satisfazer as necessidades de todos, mas não para satisfazer a ganância de alguns”.

A Humanidade tem confundido a ideia de patrimônio natural com a ideia de recurso natural e tem entendido que todo o patrimônio da Terra deve virar recurso para a própria humanidade. Temos agido como se achássemos que todo o patrimônio planetário está aí para ser dilapidado e exaurido pelo homem, mas certamente essa é uma maneira errônea de pensar e principalmente de agir. É bom lembrar que se usarmos tudo hoje, não sobrará coisa alguma e assim, vai fazer falta lá na frente. Ou seja, estamos impedindo que os humanos que nem nasceram, possam nascer e ter os mesmos direitos que tivemos até aqui. Precisamos considerar esse fato e compatibilizar a nossa forma de consumo, dentro de um padrão racional e sem exageros.

Eu poderia ficar dando vários exemplos sobre o consumismo e uso indevido dos recursos naturais, mas vou me limitar e dar aqui apenas três exemplos para esclarecer melhor e tentar demonstrar mais efetivamente o que estou querendo dizer, quanto aos danos produzidos pelo excesso de consumo pela Humanidade.

Num primeiro momento vamos pensar no simples ato de pescar. Se um pescador amador sai de casa para pescar, deve ser imaginado que a princípio ele pesca para se alimentar ou até para se distrair e se divertir. Mas, ao pescar de fato, certamente a grande maioria dos pescadores, não se contentarão em trazer apenas os peixes necessários para o seu consumo e de sua família ou em devolver vivos aqueles que pescou apenas por lazer. Na verdade, eles acabam pegando todos os peixes que forem possíveis e posteriormente, até jogam alguns no lixo, depois de mortos.

Quer dizer, eles tiram a vida dos peixes e os transformam em lixo, impedindo que pudessem ser utilizados como alimento por outros seres humanos ou mesmo por outros animais.  É claro que aqueles peixes mortos também servirão de alimento para outros organismos, mas se eles não fossem mortos desnecessariamente, talvez o número de peixes na próxima temporada pudesse ser maior, em consequência da maior possibilidade de reprodução e geração de descendentes.

 Além disso, sem a interferência humana, ou, pelo menos sem o exagero da interferência humana, talvez houvesse um benefício ao próprio ecossistema onde estavam os peixes. Por outro lado, isso poderia enriquecer a pesca e beneficiar mais gente (mais humanos). Enfim, é possível fazer várias conjecturas, mas geralmente não se faz nenhuma delas e apenas se pesca, se retira e se mata o que não interessa. O peixe aqui é só um modelo de recurso natural e nesse exemplo pode ser demonstrado que o desperdício numa simples pescaria também é uma forma de consumismo.

Outro situação interessante pode ser aquela, já famosa, do número de aparelhos eletrodomésticos nas casas, as televisões, por exemplo. Até três ou quatro dezenas de anos atrás, cada casa geralmente tinha (quando tinha) uma televisão e todos os membros da família iam muito bem e estavam satisfeitos quanto a essa condição. Roa, então por que hoje tem que existir uma TV em cada canto da casa, se na casa só residem, por exemplo, duas pessoas? Na verdade, uma só TV bastaria ou, no máximo duas, uma para cada uma das pessoas (o que já seria um absurdo), mas não; nós preferimos colocar uma em cada lugar e nos esquecemos que tem muita gente, muito ser humano como nós, sem TV nenhuma.

Aliás, tem muito ser humano por aí, sem casa e sem abrigo, o que é um grande absurdo e a maioria dos humanos não está nem aí para esse fato. O hábito de comprar nos ilude, nos tira da realidade e nos leva a supor que, quando estamos comprando algo é quase como se pudéssemos tudo, inclusive esconder a realidade da desgraça humana, onde mais de 1 bilhão de pessoas, seres humanos como nós, vivem na mais total miserabilidade. O Consumismo também nos transforma sem seres mais egoístas, insanos e inconsequentes.

Por fim quero falar também de outro exemplo interessante e trágico, que o da exploração dos recursos minerais, a mineração. Quando se trata de retirar minério, seja ele qual for, sempre se pensa em tirar tudo, muitas vezes sem nem saber se aquilo vai de fato ser utilizado por alguém naquele momento, pois é importante ter “reservas” do mineral. Mas, eu pergunto: por que as riquezas minerais não podem ficar no terreno, onde se formaram?

Na verdade, com a quantidade de minérios que já retiramos do planeta, se tivéssemos uma visão sustentável do uso real e efetivo dos minerais, além dos possíveis mecanismos de reciclagem desses materiais, talvez não precisássemos mais retirá-los da natureza de maneira progressiva e aviltante até esgotá-los como temos feito. Quanta coisa se estraga por desuso e quanta coisa se destrói por uso indevido.

Será que precisamos mesmo retirar totalmente o minério encontrado num dado lugar? Será que é correto, ou melhor, que é humano, prejudicar a muitos indivíduos para beneficiar alguns com a extração mineral? E aqui, não se está nem fazendo referência ao dano ambiental extremamente significativo da mineração.

Vejam bem, que coerência têm esses três exemplos, para quem vive num espaço limitado, com recursos naturais escassos e definidos como é a Terra? Por que o ser humano parece gostar de estragar, de destruir, de gastar e de desperdiçar o planeta? Acredito que seja preciso pensar no futuro, se é que realmente se pretende ter um futuro?

Se a maior parte da humanidade continua gerando filhos e netos e se alguns humanos ainda estiverem pensando em possuir bisnetos, trinetos e etc., então, há que se preparar para se entregar, para essa geração futura, um planeta com uma quantidade razoável de recursos naturais para que eles possam viver e sobreviver. Ou será que estou errado em pensar dessa maneira?

Aqui cabe discutir rapidamente sobre esses dois termos: viver e conviver. Viver é a condição de estar vivo, isto é, metabolicamente ativo, mas para que isso aconteça é necessário que se tenha o mínimo necessário de recursos que viabilizem essa condição e isso é que nos permite sobreviver. Assim, sobreviver é continuar vivendo.  Para continuar vivendo precisaremos sempre de recursos naturais, não existe outra possibilidade, porque não há mágica na natureza.

Sendo assim, logicamente não podemos consumir todos os recursos naturais agora, nem usar todos os produtos deles derivados nesse momento. O futuro é uma “caixinha de surpresas”, que está sendo construída pelas nossas ações cotidianas ao longo da história humana e até aqui, sinto dizer, mas, não trabalhamos de forma correta, pois caminhamos na contramão dos interesses maiores da humanidade.

Será que aquele pescador pensa nessa situação, quando pesca mais do que precisa? Será que aquele telespectador pensa nessa situação, quando enche sua casa de aparelhos de televisão? Será que aquele minerador pensa nessa situação quando extrai todo o minério de uma determinada mina? Será que a humanidade pensa realmente naqueles seres humanos que ainda virão?

Senhores, é preciso que a Humanidade acorde para a realidade. Urge que seja mudada nossa filosofia de vida e o nosso comportamento em relação ao planeta. É fundamental começar a pensar mais seriamente na nossa relação com os nossos futuros descendentes. Já foi dito várias vezes e vou repetir mais uma, que é impossível retirar para sempre as coisas do mesmo lugar, porque, por uma questão física, certamente um dia as coisas vão acabar. Deste modo, tem que existir uma maneira sustentável de garantir uso indeterminado e mais prolongado possível dos recursos naturais.

Dessa mesma maneira torna-se premente o entendimento de que é impossível consumir sem responsabilidade, porque hoje já temos quase 8 bilhões de seres humanos no planeta e a população humana não para de crescer. De alguma forma, toda humanidade tem e continuará tendo as mesmas necessidades básicas para sobreviver. Temos que garantir que esses recursos sejam perpetuados.

Assim, é preciso uma tomada de consciência a fim de que seja possível parar de consumir por puro prazer e que se passe a consumir apenas o estritamente necessário, sem desperdício de recursos naturais. Aqui vale lembrar o ditado que diz: “dia de muito é véspera de pouco”. E eu tomo a liberdade de complementar: “dia de muito é véspera de pouco [e antevéspera de nada]”.

Pensem nisso e tentem limitar o consumo dos recursos naturais ao mínimo necessário e se, por ventura, observarem que não estão conseguindo, por favor, procurem ser mais responsáveis, mais parcimoniosos e sobretudo mais racionais no tratamento e uso desses recursos naturais, tentando se educarem progressivamente, se autoquestionando com aquelas três perguntinhas básicas: Quero? Posso? Devo? 

Se vocês responderem não a qualquer uma das três questões básicas, por favor, procurem outro meio para resolver aquele problema ou usem outros recursos que possam produzir danos menores (menos significativos) ao patrimônio do planeta. Pensem que, desde já, a humanidade e principalmente as gerações futuras agradecem.

É fundamental que seja feito o exercício de se lembrarem diuturnamente que temos um só planeta Terra e que dele tiramos absolutamente tudo que precisamos e que utilizamos dele para sobreviver. Assim, eu acredito que, apesar de nosso egoísmo e pensando como espécie biológica que evolui, ainda queremos, podemos e devemos viver e sobreviver aqui na Terra por muito tempo.

Luiz Eduardo Corrêa Lima (64)

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