O TEMPO, O TRABALHO E O TRIUNFO

Resumo: O artigo consiste numa reflexão a respeito da necessidade de trabalhar séria, efetiva e continuamente para conseguir o triunfo final. Sorte pode até existir, mas trabalhar e acreditar no trabalho, costumam ser atitudes mais eficazes para garantir o sucesso na vida.


A vida humana é comparativamente muito semelhante a um bordado, que é tecido ponto a ponto de maneira progressiva e gradual, sendo apenas acompanhada pela ação do tempo e obviamente pelo trabalho efetivo do tecelão. Independentemente dos acontecimentos externos que possam ser coincidentes, ou não, com a obra que está sendo desenvolvida, o tecelão trabalha e o tempo acompanha. Por outro lado, a vontade e a eficácia do trabalho de cada indivíduo que está realizando o bordado, o tecelão, independentemente do tempo, deve manobrar corretamente a linha e pontear perfeitamente a agulha para conseguir a eficiência esperada e o êxito da estampa final.

É claro que muitas vezes o tempo também acaba sendo uma motivação ou um problema, pois pode, por exemplo, trazer pressa ao resultado, o que normalmente não costuma ser benéfico, mas que também não é necessariamente maléfico. A velocidade maior ou menor, obviamente pode influir no resultado, mas isso não é uma certeza. Assim, o tempo, mais ou menos rápido, num primeiro momento, não costuma ser uma característica específica que vai determinar o resultado da obra. O que importa é o trabalho efetivo desenvolvido pelo seu autor do bordado.

Quer dizer, o tempo acompanha, porém, diretamente, ele não interfere no resultado. Não confie muito nos ditados populares que afirmam que: “a pressa é inimiga da perfeição” ou que “devagar se vai ao longe, porque às vezes a pressa ajuda, mas, muitas vezes também, devagar nunca se chega ao lugar desejado. Saiba trabalhar, respeitando o tempo, mas não se incomode muito com ele. Ou melhor, haja exatamente como ele age com você e sua obra, ou seja, não se preocupe com ele. Seja indiferente ao tempo, como ele é com você, porque ele não pode interferir diretamente no seu trabalho. O trabalho é seu e não do tempo. Assim, ele apenas acompanha, mas não pode interferir e nem modificar.

Entretanto, ainda que o tempo não possa interferir, sempre podem ocorrer outras tantas interferências no bordado. Por exemplo, o tipo da linha, a qualidade do tecido, a conformação da agulha e principalmente o pontear do indivíduo bordador, que nem sempre é exato e perfeito. Por conta dessas coisas é que, muitas vezes, a estampa não sai exatamente como havia sido planejada. O foco nesses detalhes do contexto do bordado e do trabalho do tecelão (artesão) são muito mais importantes para a conformação final e conclusão da obra do que a preocupação com o tempo.

Pois então, assim como num simples bordado, a vida de cada indivíduo depende em grande parte do próprio indivíduo (tecelão) e do material que ele usa na sua vivência e principalmente de como usa esse material, mas nunca diretamente do tempo.  Pode acreditar, mas o grande artífice de sua vida é você mesmo. Perfeita ou imperfeita, boa ou ruim, sua vida depende quase que exclusivamente de você. Sendo assim, você é seu próprio artesão (tecelão) do bordado que é a sua vida. O tempo apenas acompanha o processo, enquanto esse processo está acontecendo. No entanto, o que mais se vê por aí são os indivíduos (tecelões) reclamando e culpando o tempo por suas dificuldades, mazelas e seus insucessos ao longo da vida.

Coitado do tempo, ele é apenas um observador, que acompanha, de maneira atenta e exatamente igual, a tudo o que acontece. Assim, ele tem o mesmo efeito inofensivo em tudo e em todos os indivíduos.  O que pode variar é somente a maneira como ele é utilizado por cada indivíduo e, nesse caso, mas uma vez, essa também é uma questão pessoal e depende obvia e exclusivamente do próprio indivíduo e da maneira própria de como ele usa e controla o tempo. Reclamar do tempo não faz sentido, porque o tempo é igual para todos os indivíduos.

Aliás, talvez o tempo seja a única coisa que sempre é efetivamente igual para todos os indivíduos e o aproveitamento que o indivíduo faz do tempo que possui é o que realmente importa. Enfim, o tempo pode ser “bom” (aliado) ou “ruim” (adversário), dependendo do uso efetivo que o indivíduo faz dele, mas ele não atua diretamente sobre a ação. Deste modo, o tempo pode ser melhor ou pior, mas, certamente, independentemente da vontade de qualquer indivíduo, ainda que ele não interfira, ele sempre continuará passando. Portanto, não o despreze e procure usá-lo com a devida coerência e parcimônia.

Quer dizer, o bordado bom, como tudo na vida boa, é consequência de boas escolhas materiais, metodológicas e de um trabalho individual cuidadoso, bem desenvolvido e sobretudo, o mais preciso possível. Assim, é melhor parar de culpar o tempo e trabalhar direito e com precisão, pois, desse modo, as perspectivas serão sempre de resultados positivos. Siga diuturnamente nessa prática e suas obras deverão ser progressivamente sempre melhores. É óbvio que sempre existem riscos ocasionais e que ninguém tem certeza de nada até a conclusão da obra, mas o sucesso só será possível com trabalho e dedicação.

Por fim, é preciso estar atento e lembrar que o único lugar em que o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário e que o triunfo (sucesso total) está depois do trabalho. A vida certamente não é um dicionário estabelecido, ao contrário a vida precisa ser construída e escrita diuturnamente e ainda que o acaso (sorte) possa influir, certamente não é ele quem costuma decidir nada. Quer dizer, cada indivíduo constrói o seu próprio destino. Assim, ter sucesso e triunfar, obrigatoriamente, passam por ter vontade e trabalhar. O destino é, antes de tudo, uma opção escolhida, a partir de uma maneira concreta de encarar a vida. Escolha, determine e desenvolva bem o seu destino e muito provavelmente você terá sucesso e triunfará.

Contudo, deve ser ressaltado ainda, que o tempo, mesmo vindo antes do trabalho e do triunfo no dicionário, obviamente não tem nenhuma ação sobre eles e assim não pode condicionar e nem garantir a certeza do sucesso da obra de quem quer que seja. Isso permite afirmar que, se a interferência do tempo não existe em nenhum dos outros dois aspectos (trabalho e triunfo), nem mesmo no dicionário, então o tempo não pode, de maneira nenhuma, ser considerado culpado por nada que aconteça.

Por outro lado, é importante lembrar que o indesejável fracasso (contrário do sucesso) vem antes de todos, pelo menos no dicionário. Ou seja, não deixe que a prioridade léxica do fracasso possa ser significativa na sua vida. Entretanto, lembre-se que muitas vezes, na jornada da sua vida, o fracasso vai querer aparecer. Nunca se esqueça que você é o timoneiro e, na condução de seu destino, você deve estar convicto de que o fracasso não pode ter vez na sua jornada.

Em suma, se alguma coisa não acontecer como programado ou como você está desejando e se não há problemas metodológicos ou carência de materiais, com certeza a culpa é exclusivamente sua. O jeito é fazer um novo cálculo da rota e reinvestir. Isto é, se o bordado não sair a contento, a culpa é quase que exclusiva do fracasso pessoal e profissional do próprio artesão. Desta maneira, mude a linha, volte o ponto, refaça o traçado e insista de outra maneira, pois só você pode fazer isto, porque você é o único artesão (tecelão) da obra de sua vida. Cuide bem de sua vida, segure firme o timão e siga em frente. Tenha certeza de que agindo assim, o fracasso nem chagará perto de se apossar da sua vida e caso ele tente se manifestar, você sempre terá grandes condições de superá-lo e acabará ganhando a luta.

É claro que casualmente podem existir acidentes catastróficos e questões alheias aos processos, que muitas vezes atrapalham, mas essas coisas costumam ser tão raras na natureza e na vida, que é melhor deixá-las de lado na hora de pensar e de fazer a sua obra. Deste modo, pense positivamente e parta sempre do pressuposto que aquilo que você quer atingir, depende quase que exclusivamente de você e do seu trabalho pessoal. Ponha sua vontade, seu interesse, seu intelecto e toda sua competência criadora acima de tudo e acredite que vai dar certo, porque assim o resultado sempre tenderá a ser positivo.

O seu triunfo final (sucesso total) é sempre uma obra sua, ou melhor, do trabalho desenvolvido paulatinamente por você na sua obra. Por outro lado, é bom lembrar que, muitas vezes, o fracasso também é obra do desleixo do artesão. Assim, acredite sempre, trabalhe duro e não esmoreça. Diga não ao fracasso e tenha em mente que você até pode não conseguir realizar algo a contento, mas nunca por falta de interesse e foco. Lembre-se que você sempre será capaz de decidir em que lugar quer chegar, porque a possibilidade de imaginar sobre sua capacidade e interesse é absoluta é exclusivamente sua e você vai conseguir. Entretanto, nunca se esqueça que você precisa investir seria e intensamente e, sobretudo, acreditar muito nessa verdade.

Desta maneira, pare de culpar o tempo ou a falta dele por seus insucessos momentâneos. Trabalhe firme e faça bom uso do tempo que você tem, que as coisas certamente andarão de maneira positiva. Mas, não acredite cegamente na garantia de que as coisas vão acontecer exatamente como você imaginou que seria, porque sempre existe muita dificuldade no caminho e com você não será diferente.

Siga em frente, pisando firme, com os pés no chão, que tudo vai acontecer de maneira satisfatória. Acredite, em você, no seu trabalho e na sua capacidade de criar e de transformar as coisas à sua volta no seu interesse, visando melhorar a sua vida e a vida daqueles que lhe são próximos e que dependem de você. Haja assim, que certamente o sucesso estará logo ali na frente, esperando por você. Acredite, que vai dar certo e o seu triunfo, a vitória final, certamente chegará.

Luiz Eduardo Corrêa Lima (68) é Biólogo (Zoólogo), Professor, Pesquisador, Escritor, Revisor e Ambientalista

1 comentário(s)

  1. Luiz Eduardo, seu discurso, traça uma metáfora profunda e inspiradora entre a vida humana e o ato de bordar, ressaltando a importância da paciência, da dedicação e do esforço individual na construção de nossos destinos. Você destaca que, assim como em um bordado, onde cada ponto é essencial para a beleza final do trabalho, na vida, cada escolha e ação individual moldam o resultado final de nossa existência. Também enfatiza que, apesar do tempo ser um fator presente, ele não deve ser visto como um determinante absoluto do sucesso ou do fracasso, mas sim como um elemento que acompanha o processo.
    Seu discurso nos leva a refletir sobre a responsabilidade pessoal e a autonomia na condução da nossa vida. Você argumenta que culpar o tempo pelos insucessos é desconsiderar o papel ativo que temos em nosso próprio desenvolvimento. Segundo você, material, técnica e dedicação são aspectos muito mais determinantes para o sucesso do que a velocidade com que agimos. Essa visão encoraja uma abordagem mais consciente e menos apressada da vida, enfatizando a qualidade do trabalho em detrimento da pressa.
    Por fim, você nos lembra de que o sucesso é uma consequência direta do trabalho e da perseverança, não do acaso ou da sorte. Nos instiga a sermos artesãos da nossa própria vida, tecendo nosso destino com cuidado, precisão e determinação. A mensagem é clara: o triunfo é alcançável, desde que haja empenho e confiança em nossa capacidade de superar obstáculos e alcançar nossos objetivos. Você nos convoca a assumir a responsabilidade por nossa jornada, encorajando-nos a trabalhar com afinco e a não permitir que o medo do fracasso nos paralise. Parabéns!

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