A Capacidade de Falar da Espécie Humana

Embora não se saiba ao certo como e nem quando o homem começou a falar, essa condição talvez seja a maior diferença que o homem apresenta em relação aos demais animais. Embora não sejamos os únicos animais a emitir sons como forma de comunicação, ao que parece a nossa linguagem é a mais complexa do reino animal. Entretanto, ainda há muito que se estudar sobre esse assunto, porque há alguns animais de comunicação sonora bastante diversificada e complexa, como é o caso dos Mamíferos Cetáceos (Baleias e Golfinhos), de algumas Aves e também de alguns Répteis Quelônios (Tartarugas e Cágados) e Anfíbios Anuros (Sapos, Rãs e Pererecas).

A fala humana resulta da existência de dois pares de cordas ou pregas vocais musculosas na laringe, as quais aproveitam o ar de retorno do processo respiratório para vibrarem ondulatoriamente e produzir os diferentes tipos de sons. A articulação desses sons em fonemas, através da movimentação da língua foi o que permitiu que nossa espécie fosse capaz de falar. Porém, é necessário que se diga que a fala também tem a ver com o alto grau de desenvolvimento de nosso sistema nervoso, da nossa sociabilidade e de nossa inteligência, pois a simples produção de sons não representaria e não desenvolveria por si só a nossa capacidade de falar.

As aves também têm uma estrutura parecida, a siringe, que as permite emitir sons, porém esses sons não são articulados dentro de uma possibilidade sistematizada e programada pelo sistema nervoso. Isto é, embora algumas aves até possam até produzir frases longas, elas não têm a consciência exata desse ato. Na verdade, isso é uma mera repetição de alguns sons que elas conseguem “gravar” e não existe nenhum controle lógico e consciente desses sons.

No caso dos Cetáceos (baleias e golfinhos), pesquisas recentes têm indicado que eles efetivamente desenvolveram um mecanismo bastante complexo de comunicação através dos sons que emitem, mas ainda há muito que estudar sobre esse assunto e não se tem certeza de quase nada sobre a comunicação nesses animais. De qualquer maneira, não se espera que esta complexidade da comunicação entre os Cetáceos seja significativamente comparável ao que acontece no caso humano.

Desta forma, parece que até aqui, somos realmente a única espécie da qual temos certeza da linguagem comunicativa através da emissão de sons, articulando palavras dentro de um princípio lógico que traduzem pensamentos e se diversificam quase que infinitamente. Porém, ainda não sabemos ao certo, nem quando e nem como surgiu essa característica tão importante para a nossa espécie, que nos coloca numa condição de destaque e efetiva superioridade em relação aos demais representantes do reino animal.

Temos certeza que a nossa espécie, desde que surgiu no planeta, sempre emitiu sons, porém ela não surgiu já falando literalmente. Nossa fala foi consequência de nossa evolução e de nosso desenvolvimento cultural na elaboração de sons cada vez mais específicos para definir determinados aspectos em nossa vida evolutiva. Além disso, também cabe lembrar que grupos humanos diferentes em locais distintos e com culturas diferentes produziram sons distintos e definiram as diversas línguas.

A comunicação falada dos humanos é algo realmente muito complicado e ainda pouco conhecido do ponto de vista evolutivo, pois se sabe apenas como ela acontece e de sua grande importância para a nossa espécie, entretanto não se pode efetivamente demonstrar como ela apareceu na história evolutiva do homem. A única certeza que temos é que se não fosse a nossa maneira de comunicarmos e a imensa velocidade como a comunicação evoluiu certamente nossa espécie não teria alcançado o nível de desenvolvimento que alcançou até aqui.

Luiz Eduardo Corrêa Lima

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