Categoria: Curtinhas

25 out 2014

Sustentabilidade X Sustentação

Resumo: O Prof. Luiz Eduardo propõe uma discussão interessante sobre o sentido errado que tem sido empregado generalizadamente para a palavra sustentabilidade por falta de conhecimento real da sociedade sobre o assunto e chama a atenção da mídia para o cumprimento de seu papel na orientação correta das pessoas no que se refere a temática da sustentabilidade.


Sustentabilidade X Sustentação

Ultimamente, em função do modismo com o termo sustentabilidade, esta palavra tem sido empregada com muitíssima frequência, entretanto o seu sentido real tem sido bastante deturpado. Isto é, o uso do termo, na maior parte das vezes, não condiz com o seu verdadeiro significado. Na verdade, o termo tem sido empregado de maneira muito mais relacionado com a ideia contida na palavra sustentação.

Baseado nesse fato, entendo que cabe discutir um pouco essa questão, para tentar esclarecer melhor as pessoas que sustentabilidade é muito mais do que apenas a manutenção ou a viabilidade de alguma coisa. Sustentabilidade não é apenas alicerce, nem base de apoio e muito menos esqueleto de nada. Sustentabilidade é garantia de continuidade sem prejuízo ambiental, social ou econômico de qualquer empreendimento visando sua manutenção para as gerações futuras. Sustentabilidade não é ficar em pé apenas hoje, mas é manter-se em pé para sempre, respeitando o meio ambiente, incluindo e envolvendo as sociedades e produzindo benefícios econômicos.

Tem sido bastante comum a gente ouvir, por exemplo, a seguinte frase: “tal coisa ou situação é economicamente sustentável”. Ora, na verdade, isso não quer, de maneira nenhuma, dizer que a coisa ou a situação em questão efetivamente tenham sustentabilidade, mas sim que essa coisa ou situação se sustentam e se mantêm, do ponto de vista estritamente econômico. A sustentabilidade não pode ser dissociada em estritamente econômica, ou a situação é sustentável nas três vertentes de abrangência (ambiental, social e econômica) ou ela não é sustentável, apesar de poder ter sustentação em uma das três vertentes individualmente. O fato de alguma coisa ou situação ter sustentação em uma das três vertentes da sustentabilidade não evidencia a existência de uma verdadeira sustentabilidade da coisa ou situação em si, porque faltam as duas outras vertentes.

Em síntese, não existe sustentabilidade econômica, porque o que é apenas econômico não tem sustentabilidade e não se enquadra no conceito explicito do termo. Desta maneira, sempre é preciso que se esteja atento com os vários “projetos sustentáveis” que temos ouvido falar nos últimos tempos e que não passam de meras falácias sobre um termo que está na moda e que parece garantir algum bônus para quem o usa, porque está muito carregado de tendência ambiental e social, mas que nem sempre são reais, mormente no viés de quem está aplicando o termo. Isto é, em tempos de vantagens para questões ecologicamente corretas, falar em sustentabilidade pode ser conveniente na apresentação de um determinado produto, entretanto é preciso tomar cuidado, porque tem muito produto dizendo falsamente que tem sustentabilidade, apenas para garantir marketing ecológico.

A verdadeira ideia de sustentabilidade é algo que lamentável e infelizmente a grande maioria das pessoas, com certeza, ainda não conhece, não sabe definir e muito menos tem condições de diferenciar. Assim, essas pessoas acabam sendo enganadas, pois são levadas a confundir, pelo desconhecimento delas próprias e pela má intenção programada da propaganda, a noção real do termo sustentabilidade que é mascarada pela ideia prática e comercial do termo sustentação. O conceito de sustentabilidade obviamente envolve o de sustentação, porém é muito superior e muito mais abrangente. Ao que parece, a ignorância de alguns e a má intenção de outros tantos são as causas mais óbvias para produzir a confusão entre os dois sentidos, porque tem sido assim que certos setores têm garantido a criação e o desenvolvimento de muitos projetos nefastos e outras coisas absurdas nesse país sem nenhuma preocupação com a sustentabilidade, mas com o interessante e desejável rótulo de sustentável.

Fala-se bastante na sustentabilidade da implantação de determinados programas ou projetos, os quais por si sós, não são nada sustentáveis e muito menos têm qualquer conotação com a verdadeira sustentabilidade. Por exemplo, o desenvolvimento de um novo tipo de agrotóxico é uma situação em que não é possível ter nenhuma sustentabilidade, haja vista de tratar-se de mais um, entre os atuais 15.000 venenos, a ser lançado primeiramente no mercado e posteriormente no ambiente, afetando o solo, a água e a saúde. Porém, esse tipo de situação é “vendida” na propaganda para as pessoas como sendo algo sustentável. É bom que se tenha a consciência de que isso é feito com o credenciamento da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o que dá aval e garante a autorização do governo brasileiro.

Pois então, a palavra sustentabilidade ganhou projeção e popularizou-se, entretanto seu sentido real não alcançou a maioria das pessoas como já foi dito anteriormente. Na verdade se massificou um termo (uma palavra) para mascarar uma ideia (um conceito) e assim as pessoas estão sendo iludidas pela conveniência daquelas outras que têm interesse nessa maquinação. É bom lembrar que, do ponto de vista estritamente ecológico, essa não é a primeira vez que se usa esse estratagema de travestir um conceito a fim de direcionar a informação para outro caminho que se tenha interesse. Aliás, aqui no Brasil, a partir dos governos (em todos os níveis) isso tem sido relativamente comum ultimamente. Foi assim, por exemplo com a “revitalização” do Rio São Francisco, com a “despoluição” da Baia de Guanabara, com a “diminuição” do desmatamento da Amazônia, com a “ampliação” na distribuição de energia e outros tantos exemplos, todos com o rótulo da sustentabilidade, mas que na realidade não possuem nem sustentação ambiental, quanto mais sustentabilidade no seu sentido real.

A mídia séria, se é que ainda existe mídia séria nesse país austral, precisa estar atenta a essas questões maquinadas e precisa cumprir sua função informando devida e corretamente a população e, principalmente, precisa esclarecer as questões dúbias como esta que é determinada pela má aplicação do conceito de sustentabilidade, porque o cidadão comum não costuma se aperceber desse tipo de enganação que lhe é proposta todos os dias pelos aproveitadores e picaretas de plantão. Por outro lado, alguns setores dos diferentes governos devem procurar estabelecer os objetivos de alguns de seus projetos mais claramente, no intuito de não agir contra os interesses maiores da coletividade. Quando o setor privado mente para o público ele deve ser punido e às vezes (raramente) é punido mesmo. Mas, quando é o governo mente para o público que o elegeu para defender os interesses desse mesmo público, o que deve acontecer?

A situação que nos encontramos é exatamente essa, quase todos mentem sobre quase tudo, quando de alguma maneira está envolvido o componente ambiental e no que se refere diretamente à sustentabilidade parece que a mentira virou verdade, pois nada, absolutamente nada, acontece com ninguém quando se está enganando a população nesse contexto.

Luiz Eduardo Corrêa Lima

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24 set 2014

O “SER” E O “TER”

Resumo: O Prof. Luiz Eduardo apresenta mais uma Curtinha, dessa vez para discutir um pouco mais a velha questão entre o ser e o ter, apresentando categoricamente o seu pensamento a respeito dessa eterna questão, que tanto preocupa alguns segmentos da humanidade. O texto é curto, conciso e procura deixar claro o porquê da necessidade de priorizar o ser. Tenham uma boa leitura e reflitam comigo.


O “SER” E O “TER”*

Ao longo dos anos, a história humana tem registrado a eterna polêmica do homem entre a relação “Ser” X “Ter”. Quanto mais recente a parte da história considerada, maior é o conflito, porque maiores são os valores atribuídos ao “Ter”. Parece que a humanidade tem vivido exclusivamente preocupada com o “Ter” e se esqueceu, ao longo da história, que para “Ter” alguma coisa é preciso “Ser” alguém. Talvez, este seja o grande problema, a busca da identidade humana ao longo da história e até aqui essa identidade não parece ter sido encontrada.

Enquanto o homem evoluiu, sociologicamente, preocupado com o “Ter”, o “Ser” humano ficou relegado a um segundo plano e a valorização do homem pelo próprio homem tem deixado de existir. A natureza do homem, como entidade biológica viva, perdeu importância para outros valores no decorrer da história.

Partindo da premissa acima é possível questionar: qual a razão desse fato? Por que o homem esqueceu-se do homem? Por que o homem esqueceu-se da vida? Por que o homem valorizou mais o “Ter” do que o “Ser”?

A racionalidade do homem fez com que, historicamente, a necessidade de melhorar a sua condição social crescesse na sua mente e há de se convir, que isso deve ter produzido biológica e evolutivamente algumas vantagens para a espécie. Porém, por outro lado, essa mesma racionalidade não permitiu ao homem, observar o custo natural de suas ações ao planeta. Até porque, ainda que o homem tivesse a “razão”, ele não tinha conhecimento suficiente e não podia saber que estava agindo erradamente.

É bom lembrar que o conceito de razão independe do conceito de conhecimento, porém quanto maior o conhecimento adquirido, maior será a possibilidade de avaliar a razoabilidade de uma determinada questão. A questão ambiental como um problema crucial para a humanidade e para o planeta só começou a preocupar o homem nos últimos 100 anos e só se tornou clara para grande parte da sociedade, há pouco mais de 30 anos. Talvez, isso justifique os erros do passado, mas, certamente, não justifica os erros atuais.

O “Ser” precisa estar no primeiro plano no pensamento humano, enquanto o “Ter” deverá ocorrer como mera contingência da condição do “Ser”. É evidente que a melhora do “Ser” seja também, em parte, condicionada pelo “Ter”, porém esta não pode ser a base do desenvolvimento humano, nem pelo lado social e muito menos pelo lado natural.

Somos “Seres Vivos” e precisamos continuar sendo para podermos “ter” alguma coisa, do contrário não teremos nada, pois não seremos “seres vivos”. Quem “tem” alguma coisa está (“é”) vivo, pois só o que está vivo “é”, e só o que “é” vivo pode continuar “sendo”. O homem precisa se conscientizar que o “Ter” depende do “Ser” e não o contrário.

Luiz Eduardo Corrêa Lima

 
*Trecho retirado do Livro de minha autoria e modificado para esta publicação: “Trilhando o Futuro: A Biologia e a Sociedade na Civilização Pós-Moderna”, Editado pela Cabral Livros Técnicos Editora, Taubaté, 2002.
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17 set 2014

Agrotóxicos e Transgênicos

Resumo: O Prof. Luiz Eduardo apresenta mais uma Curtinha, dessa vez enfocando uma questão muito controvertida, na qual o Brasil é campeão mundial e que está na mesa de todo cidadão brasileiro: os alimentos com substâncias químicas tóxicas e os alimentos modificados geneticamente (Agrotóxicos e Transgênicos). O texto é relativamente curto e chama a atenção da falta de controle sobre o uso dessas substâncias no país. A questão é assustadora, se considerarmos a quantidade de veneno de certos alimentos e a quantidade de transgênicos que já estão na nossa casa e que a gente nem imagina. Leiam o texto que vocês poderão comprovar o que estou dizendo e quem sabe vocês passem a somar comigo na luta contra esses absurdos.


Agrotóxicos e Transgênicos

A grande maioria dos brasileiros certamente desconhece os fatos de que, desde 2008, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos e que, desde de 2010, é o segundo maior produtor de transgênicos da Terra, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Só para dar uma ideia, no ano de 2010, o país utilizou mais de 800 milhões de litros de veneno nas lavouras e nesse mesmo ano a área plantada com transgênicos no país atingiu 25 milhões de hectares e de lá para cá, obviamente, os números só ficaram maiores. Mas, e daí? Qual a importância desses números e dessa situação?

No que diz respeito aos alimentos transgênicos ou organismos geneticamente modificados (OGMs), eu particularmente considero um absurdo e uma incongruência, no mínimo bastante estranha, que o país que possui a maior biodiversidade planetária, ao invés de trabalhar para garantir essa biodiversidade e procurar investir em pesquisas para conhecer melhor o seu patrimônio natural e, quem sabe, até mesmo identificar novas fontes alimentares agrícolas, prefere pagar “royalties” às multinacionais detentoras das sementes e dos direitos sobre os alimentos transgênicos. Além disso, o país ainda facilita a distribuição dessas sementes sem nenhuma parcimônia, algumas vezes até, em detrimento das chamadas “sementes caboclas” ou “crioulas” (nativas) de determinadas plantas.

Por outro lado, no que diz respeito aos agrotóxicos, eu considero um grande equívoco que o Brasil, sendo um país continental e já com imensas áreas desmatadas e degradadas por força de atividades agrícolas condenáveis e suspeitas ao longo da nossa história recente, ainda não tenha aprendido que é possível cultivar sem envenenar as plantas, o solo, a água e os organismos vivos que se utilizam dessas plantas, inclusive o homem. Além disso, também deve ser ressaltado que é possível produzir alimentos sem ter que comprar fertilizantes e “defensivos agrícolas” (venenos) de grandes indústrias químicas multinacionais.

Por outro lado, os transgênicos e os agrotóxicos também são dois contrassensos aos interesses ambientais e planetários e o Brasil não deveria estar de maneira nenhuma tão envolvido nessas questões. Entretanto, como os interesses das multinacionais e a força da bancada ruralista é muito grande no Congresso Nacional e a preocupação desses setores é única e exclusivamente econômica, eis que somos recordistas nessas coisas ruins. Pior ainda é que por conta desse grupo político o Brasil deixou de assinar, recentemente (agosto de 2014), a adesão às discussões do Protocolo de Nagoya que trata sobre biopirataria e que interessa muito de perto aos países de grande biodiversidade. Pois então, é como diz o ditado: “em casa de ferreiro o espeto é de pau”.

Desta maneira, nós vamos seguindo envenenando os nossos solos, nossa água e nossa comida com agrotóxico e, o que pior ainda, continuamos a licenciar e autorizar o uso dessas diferentes substâncias químicas, que já passam de 8.000 (oito mil) utilizadas no país, com o aval da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Também seguimos ampliando as áreas das essências já existentes e plantando novas essências transgênicas, com a autorização da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Cabe esclarecer ainda, que nada sabemos sobre os transgênicos, nem do ponto de vista comercial, nem industrial e muito menos ainda, do ponto de vista biológico, particularmente genético, haja vista que somente a citada comissão e os detentores da patente podem trabalhar com o produto.

A única verdade é que os nossos supermercados, padarias, restaurantes e demais estabelecimentos comerciais ligadas à alimentação estão repletos de alimentos geneticamente modificados e alimentos ricos em veneno e ninguém sabe dizer exatamente o que isso pode significar ou pode produzir na saúde humana e animal. Por outro lado, estamos cientes de que certos males, como os índices de câncer, principalmente de intestino e de órgãos digestivos aumentam; os quadros depressivos crônicos, que incrementam as taxas de suicídios em certas comunidades rurais, também aumentam; a contaminação de crianças através do leite materno de suas respectivas mães que trabalham ou que vivem em comunidades rurais e agrícolas, estão cada vez mais comuns. Enfim, esses e outros aspectos estranhos e recentes que estão relacionados à saúde do cidadão brasileiro são cada vez mais frequentes e há inúmeros indícios de que as causas são os agrotóxicos.

Em alguns casos a dependência do agrotóxico (veneno) é tal que certas plantas só conseguem se desenvolver por conta quase que exclusiva dos agrotóxicos que lhes são ministrados. O morango, o tomate, a batata e outros estão entre os campeões em quantidade de veneno. A utilização de alimentos oriundos de agricultura orgânica e isenta de agrotóxicos, talvez sejam a melhor solução para não nos envenenarmos, porém ainda não dá (provavelmente nunca dê) para competir com a agricultura comercial e lamentavelmente algumas vezes também não dá para confiar se, na verdade, alguns desses alimentos são efetivamente orgânicos, porque o controle e a fiscalização ainda são muito insipientes.

Por sua vez, os transgênicos, que pela legislação têm que trazer essa condição de transgênico informada nas suas respectivas embalagens, burlam deliberadamente a lei e muitas vezes não trazem nenhuma indicação. Não entendo como nem a ANVISA, nem a CTNBio, nem a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), nem o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) e nem qualquer outra entidade normalizadora ou fiscalizadora não conseguem fazer as empresas que produzem ou que têm produtos transgênicos na sua composição cumprirem a lei, pelo menos nesse aspecto.

Desta maneira, quero ressaltar que embora o consumidor não seja informado e consequentemente ele não deva saber, hoje mais de 50% dos produtos encontrados nas prateleiras dos supermercados são originários ou têm na sua composição organismos geneticamente modificados (transgênicos). Só para dar um exemplo, até mesmo a nossa cerveja, bebida preferida dos brasileiros, já vem tendo seu malte originado de 45% de milho transgênico. Quer dizer, o consumidor não tem nem a possibilidade de escolher e decidir não usar transgênicos, porque esses produtos são passados e vendidos por debaixo do pano e sem nenhuma informação aos interessados.

Eu confesso que não sei qual deve ser o mecanismo, entretanto alguém precisa tomar as devidas providências no sentido de informar a população e tentar moralizar o verdadeiro estado de coisas que tem acontecido na área de alimentação no Brasil, porque alimentos ricos em veneno ou geneticamente modificados são riscos potenciais à saúde humana, à saúde animal e principalmente ao meio ambiente e precisam ser efetivamente tratados como “coisas perigosas” pelas autoridades, em particular pelos órgãos de fiscalização, em benefício da população brasileira e não de interesses puramente comerciais.

Luiz Eduardo Corrêa Lima

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10 set 2014

A Capacidade de Falar da Espécie Humana

Embora não se saiba ao certo como e nem quando o homem começou a falar, essa condição talvez seja a maior diferença que o homem apresenta em relação aos demais animais. Embora não sejamos os únicos animais a emitir sons como forma de comunicação, ao que parece a nossa linguagem é a mais complexa do reino animal. Entretanto, ainda há muito que se estudar sobre esse assunto, porque há alguns animais de comunicação sonora bastante diversificada e complexa, como é o caso dos Mamíferos Cetáceos (Baleias e Golfinhos), de algumas Aves e também de alguns Répteis Quelônios (Tartarugas e Cágados) e Anfíbios Anuros (Sapos, Rãs e Pererecas).

A fala humana resulta da existência de dois pares de cordas ou pregas vocais musculosas na laringe, as quais aproveitam o ar de retorno do processo respiratório para vibrarem ondulatoriamente e produzir os diferentes tipos de sons. A articulação desses sons em fonemas, através da movimentação da língua foi o que permitiu que nossa espécie fosse capaz de falar. Porém, é necessário que se diga que a fala também tem a ver com o alto grau de desenvolvimento de nosso sistema nervoso, da nossa sociabilidade e de nossa inteligência, pois a simples produção de sons não representaria e não desenvolveria por si só a nossa capacidade de falar.

As aves também têm uma estrutura parecida, a siringe, que as permite emitir sons, porém esses sons não são articulados dentro de uma possibilidade sistematizada e programada pelo sistema nervoso. Isto é, embora algumas aves até possam até produzir frases longas, elas não têm a consciência exata desse ato. Na verdade, isso é uma mera repetição de alguns sons que elas conseguem “gravar” e não existe nenhum controle lógico e consciente desses sons.

No caso dos Cetáceos (baleias e golfinhos), pesquisas recentes têm indicado que eles efetivamente desenvolveram um mecanismo bastante complexo de comunicação através dos sons que emitem, mas ainda há muito que estudar sobre esse assunto e não se tem certeza de quase nada sobre a comunicação nesses animais. De qualquer maneira, não se espera que esta complexidade da comunicação entre os Cetáceos seja significativamente comparável ao que acontece no caso humano.

Desta forma, parece que até aqui, somos realmente a única espécie da qual temos certeza da linguagem comunicativa através da emissão de sons, articulando palavras dentro de um princípio lógico que traduzem pensamentos e se diversificam quase que infinitamente. Porém, ainda não sabemos ao certo, nem quando e nem como surgiu essa característica tão importante para a nossa espécie, que nos coloca numa condição de destaque e efetiva superioridade em relação aos demais representantes do reino animal.

Temos certeza que a nossa espécie, desde que surgiu no planeta, sempre emitiu sons, porém ela não surgiu já falando literalmente. Nossa fala foi consequência de nossa evolução e de nosso desenvolvimento cultural na elaboração de sons cada vez mais específicos para definir determinados aspectos em nossa vida evolutiva. Além disso, também cabe lembrar que grupos humanos diferentes em locais distintos e com culturas diferentes produziram sons distintos e definiram as diversas línguas.

A comunicação falada dos humanos é algo realmente muito complicado e ainda pouco conhecido do ponto de vista evolutivo, pois se sabe apenas como ela acontece e de sua grande importância para a nossa espécie, entretanto não se pode efetivamente demonstrar como ela apareceu na história evolutiva do homem. A única certeza que temos é que se não fosse a nossa maneira de comunicarmos e a imensa velocidade como a comunicação evoluiu certamente nossa espécie não teria alcançado o nível de desenvolvimento que alcançou até aqui.

Luiz Eduardo Corrêa Lima

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06 set 2014

Casamento e Consanguinidade

Na semana passada uma aluna me perguntou sobre a veracidade de que os casamentos entre primos geram filhos com anomalias, eu procurei esclarecer a jovem e estou aproveitando para fazer um pequeno texto sobre o assunto. Para começar devo dizer que casamentos consanguíneos são aqueles que ocorrem entre parentes próximos, muitos considerados incestuosos e por isso mesmo ilegais.

Essa discussão sobre casamento e consanguinidade é muito antiga, mas até hoje traz no seu escopo inúmeras marcas errôneas de crendices que produziram vários conceitos equivocados e inverdades sobre a questão e que a transformaram num tabu social, numa definida impossibilidade jurídica e numa certeza efetiva da ocorrência de anomalias genéticas. Entretanto, a realidade não é bem assim. Todas as maneiras de encarar a consanguinidade guardam preceitos muitos dos quais são, na verdade, preconceitos à luz das leis de herança genética. Por conta disso, vou tentar esclarecer aqui, quais são realmente as verdades e as mentiras pertinentes ao tema.

A legislação estabelece que casamentos consanguíneos devam ser proibidos até o segundo grau, dessa maneira deve ser entendido que casamentos consanguíneos são aqueles que acontecem entre pais e filhos, entre irmãos e irmãs, entre tios e sobrinhos ou ainda entre primos e primas até o segundo grau de parentesco. Apenas esses quatro tipos de cruzamentos são os que a lei efetivamente proíbe, mas não impede quando o fato já está consumado, nos dois últimos casos. A quantidade desses casamentos, independentemente da proibição, pode chegar até cerca de dez por cento (10%) do número total de casamentos em determinadas localidades e esse número já foi maior em outros tempos. Principalmente o casamento entre primos é bastante comum e ele acaba acorrendo com certa frequência porque quando a justiça descobre o fato ocorrido, obviamente ele já está consumado e assim o casamento acontece de qualquer maneira.

Considerando as leis de herança genética, o casamento entre pais e filhos ou entre irmãos e irmãs, coloca lado a lado dois padrões genéticos que são cinquenta por cento (50%) iguais e isso gera um risco muito alto (da ordem de dois para um) de repetir genes que sejam pouco interessantes a espécie, além de também poder produzir genótipos com homozigoses (repetição de pares de genes iguais no indivíduo) dominantes excessivas, o que pode originar anomalias genéticas ou mesmo produzir genótipos que levem a letalidade do embrião. O casamento entre tios e sobrinhos ou entre primos e primas coloca lado a lado padrões genéticos vinte e cinco por cento (25%) e doze e meio por cento (12,5%) iguais, respectivamente, que, embora em menor risco, ainda consistem em taxas altíssimas de proximidade genética e obviamente devem ser evitados pelos mesmos motivos já citados.

Entretanto, a genética trabalha com probabilidades, isto é, com possibilidades matemáticas e “certezas” estatísticas, o que não garante afirmar efetivamente qualquer acontecimento antes do encontro entre os dois genomas que se cruzam. A genética permite calcular a chance de algo acontecer, porém raramente é capaz de determinar como será o resultado final.

A única verdade que se pode estabelecer do ponto de vista genético é que, quanto mais distantes (diferentes) forem os dois padrões genéticos cruzados, menor será a probabilidade matemática de ocorrer anomalia oriunda do cruzamento. Isto quer dizer o seguinte: o sucesso de um casamento é maior quando os genomas que se encontram são mais diversificados entre si. Ou melhor, a chance de acontecer problemas genéticos na prole é significativamente menor, mas ainda assim a genética não dá nenhuma garantia de que anomalias não vão existir. Em outras palavras, a genética só diz o que pode mais ou o que pode menos, porém ela não tem como afirmar absolutamente nada sobre a efetividade (certeza) prévia de alguma situação, independentemente do casamento ser consanguíneo ou não.

Sendo assim, quando a linguagem popular afirma que “os casamentos consanguíneos geram filhos anormais”, certamente essa afirmativa se constitui numa inverdade genética, porque o que acontece é que esses casamentos têm maior possibilidade matemática de produzir anomalias do que os casamentos não consanguíneos, porém não existe absolutamente nenhuma certeza do que poderá resultar em qualquer dos casos, pois tudo acontece por conta da combinação ocasional entre os genomas. Em suma, os casamentos consanguíneos podem produzir prole normal e os casamentos não consanguíneos podem produzir prole anormal.

A meu ver, o tabu social que se estabeleceu com relação aos casamentos consanguíneos tem mais relação com questões sociais, mormente éticas e religiosas, do que propriamente genéticas e as normas jurídicas oriundas desses casamentos são consequência exclusiva das questões sociais que permeiam o assunto. Além disso, eu penso que, do ponto de vista jurídico, houve necessidade de se estabelecer algumas bases de orientação de herança genética nas leis que cuidam desses casamentos e de outras questões. No que diz respeito ao direito de herança de bens para esclarecer determinadas situações, por exemplo, a genética tem como provar que dois primos são menos parentes do que um tio e um sobrinho e isso não se relaciona apenas aos casamentos consanguíneos, mais é uma verdade geneticamente estabelecida que pode ser empregada em qualquer questão de herança.

Para concluir, devo dizer que os casamentos consanguíneos se constituem num aumento do risco potencial genético para produzir anomalias e por isso mesmo esses casamentos devem ser evitados, porém penso que esse fato, por si só, não deva se estabelecer como base jurídica e muito menos como base social para definir critérios de possibilidades de união entre casais. Acredito que isso deva ser uma questão que só interessa aos parceiros no casamento, que devem ser orientados geneticamente, mas não podem ser impedidos legalmente de se relacionarem entre si.

Como eu já disse, o resultado reprodutivo é consequência do encontro entre os genomas e não é possível definir antecipadamente o que irá acontecer, haja vista que tudo ocorre ao acaso e penso que as leis humanas não devem interferir nessa situação fortuita. Ao longo da história do homem, certamente existiram inúmeros casos de casamentos consanguíneos e esse fato não foi uma característica que possa ter tido significância ou que possa ter impossibilitado a nossa evolução biológica e muito menos nossa evolução moral, cultural ou social.

Luiz Eduardo Corrêa Lima

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13 ago 2014

Memórias da Copa do Mundo no Brasil

Acho estranho que um país como o Brasil tenha brigado tanto para sediar a copa do mundo e penso que na verdade isso tenha sido mais um mal entendido do Presidente incompetente daquela época. Aliás, presidente que como todos sabem é muito chegado a tomar uma manguaça e com certeza confundiu copa com copo, ou como ele se acha muito inteligente, possivelmente ele entendeu que talvez a copa fosse aquele local ao lado da cozinha onde ele costuma tomar birita com seus amigos de copo. E assim pensou que tendo copa e cozinha sempre dá para tomar mais uma dose. Bem, mas isso não importa, porque de qualquer jeito a copa veio para o Brasil e como não poderia ser de outra maneira, só deu zebra. É isso mesmo só deu zebra.

Logo na Abertura já começou a desgraça com a tremenda vaia para a “Presidenta que foi Estudanta” e que hoje não estuda mais. Daí seguiu uma vitória roubada do Brasil sobre a Croácia e logo no dia seguinte a Espanha tomou uma goleada histórica da Holanda por 5 X 1 e não 51 com entendeu o citado ex-presidente. Um pouco mais à frente a modestíssima Costa Rica eliminou a Inglaterra e a Itália e culminando o maior desastre da história do futebol mundial, nas semifinais veio a super goleada da Alemanha, por 7 X 1, sobre o Brasil, um chocolate alemão, feito com cacau brasileiro e baiano. A coisa foi tão feia que apesar do calor baiano em pleno Mineirão, o gelado lateral alemão Felipe ainda vestia casaco de Lahn. Mas é melhor esquecer, porque os alemães quebraram até a máxima que diz que “mineiro é baiano cansado, que não conseguiu chegar ao Rio e parou no meio do caminho”. Pois é, os alemães saíram da Bahia, passaram pelo Brasil em Minas Gerais e chegaram na final no Rio de Janeiro.

Quem não gostou muito do que aconteceu foi a turma dos Petralhas, pois essa derrubada do Brasil foi algo que não estava nos planos da Ex-estudanta e comprometeu muito a sua pretensa reeleição. Mas, Lula, Zé Dirceu, Genuíno, Delúbio e o resto da corriola já disseram que isso não é problema. Não deu para ganhar na bola de futebol, então eles vão arrumar um jeito de ganhar na bolada de dinheiro que vão conseguir para comprar os votos e ajudar a sua candidata favorita. O sonho do Hexa acabou sendo a realidade do Hepta e o Brasil literalmente sambou ao som do sapateado alemão. Ainda bem que estamos no Brasil, porque se a copa fosse num país árabe uma sapatada dessas seria uma atitude politicamente muito mais séria.

Por outro lado, rindo à toa, “Los Hermanos”, ainda que no sufoco dos pênaltis, passaram pela Holanda e agora, os holandeses que fizeram de tudo (tudo mesmo) durante 30 dias no Rio de Janeiro, nem sabem como irão voltar para casa. O ex-atacante holandês disse que para ele apenas uma Van basta, haja vista que o Robben esteve o tempo todo sozinho e que não poderia emprestar o Batmóvel, que ficou com o Batman na Holanda. Aliás, muito estranho esse negócio da Holanda ter dois Robins (Arjen Robben e Robin Van Persie) e nenhum Batman. Mas, alguém falou que tinha que ir até Brasília e o zagueirão Vlaar reclamou dizendo: “esse carro é muito pequeno e não dá para mim”. O craque Sneijder, que acabou com o Brasil em 2010 e que nessa copa também ficou devendo, argumentou: “para mim está tudo bem, eu vou até em carro de fórmula Indi, eu quero mesmo é saber que Huntelaar para beber, o resto não importa mais, já perdemos a copa e agora eu quero é ganhar o copo.

Em suma, os holandeses, assim como os brasileiros ficaram perdidinhos depois da derrota. Houve até quem sugerisse que ao invés da disputa do terceiro lugar, deveria ser feito um grande velório em Brasília e depois o enterro moral dos jogadores das duas seleções. O pessoal do PT disse não, porque ninguém iria no enterro e futebol sempre dá um pouco mais de gente e grana. Assim, a Ex-estudanda e o pessoal da Fifa optaram por manter o jogo, que ficou conhecido como: “o jogo do quase – quase” (Holanda quase Vice-campeã mais uma vez e o Brasil quase Hexa-Campeão mais uma vez). Mas, como tudo tem lado positivo, essa data (12/07/2014), caracterizou, depois de inúmeras tentativas históricas, desde 1624, portanto 390 anos depois, o dia em que a Holanda finalmente conseguiu tomar conta do Brasil, independentemente do resultado do jogo.

Mas o pior de tudo depois do desastre da Holanda contra “Los Hermanos”, foi ver brasileiro tendo que torcer desesperadamente para a Argentina depois de toda a desgraça produzida pelos alemães. Aliás, existe desgraça maior, para qualquer brasileiro, do que ter que torcer para a Argentina. “Los Hermanos” estão rindo até agora e não vão parar tão cedo. Com certeza, independentemente do resultado da final com a Alemanha, eles já ganharam a copa, a cozinha e principalmente a churrasqueira, mesmo que tivessem perdido a semifinal para a Holanda. Como excelentes anfitriões, nós arrumamos a nossa casa e deixamos para eles fazerem festa, a exemplo do que já havíamos feito em 1950 com o Uruguai. Bom, pelo menos os Argentinos sabem fazer churrasco melhor que os uruguaios, embora o churrascode contra filéargentino (chorizo) seja com chucrute alemão, que eu não sei se combina. Entretanto, a bebida está garantida, pois o churrasco obviamente será regado à cerveja alemã e para os não etilistas, também haverá um bom e gelado suco de laranja, como colaboração holandesa. Quer dizer, o cardápio vai ser “chochu” (chorizo x chucrute), mas deve ser bom, porque o chorizo é maravilhoso e ainda que o chucrute seja um tanto indigesto, a laranja certamente pode ajudar na digestão.

Mas, e o “grande legado” da Copa do mundo que ficará aqui no Brasil. Os Magníficos Estádios, agora denominados de Arenas, embora tenham grama e não areia. Quem mudou Presidente para Presidenta por decreto, também pode mudar gramado para areal. Mas, deixa isso para lá. Esse negócio deve ser para parecer coisa importante e lembrar Roma. Aliás, por falar em Roma, a Itália foi outro desastre da Copa, com ou sem a mordida do Luís Suarez. Esse é um capítulo à parte no mundial. O bicho morde e morde mesmo. Depois da sua suspensão pela Fifa e agora correndo o risco de ficar desempregado, tem gente pensando em colocá-lo no lugar do Dr. Hannibal Lecter na série de Televisão, para tornar o seriado mais real. Quer dizer, desde 1828, a história se repete e o Uruguai, mesmo fazendo tudo errado, continua se dando bem nas relações com o Brasil.

Bom, mas vamos aos comentários produzidos pelos personagens da copa que falaram sobre as perspectivas atuais e futuras de suas respectivas seleções e muitos também confirmaram que vão assumir projetos pessoais diferentes e desenvolver suas verdadeiras identidades. Alguns depoimentos são bastante interessantes, como será visto.

Didier Drogba craque da Costa do Marfim, agora vai fazer jus ao nome e fazer uma sociedade com o zagueiro Arthur Boka e deverão abrir uma boca de fumo e também vender “droga em Bar”, eles começarão vendendo alguns de seus colegas de equipe. Por exemplo, Gervinho, vai ser vendido como “Ervinha”; Touré, o craque do time, será vendido exatamente como crack e por aí vai.

Os jogadores Guardado do México e Cuadrado da Colômbia, fizeram declarações importantes o primeiro confirmou que seu futebol vai continuar “guardado” até a próxima copa do mundo na Rússia e o segundo declarou que vai aperfeiçoar a forma e alongar o corpo para ver se vira “retângulo”, até 2018. Aliás, cabe lembrar que Mexicanos e Colombianos foram muito bem, no que se refere ao Brasil. O Mexicano Peralta, dentre as peraltices, fez o gol contra a nossa seleção e o Colombiano Zuñiga, fez a maior obra de toda a copa, quase aleijando o Neymar, que era um dos pouco jogadores do time que havia sido avisado que o Brasil estaria disputando uma copa do mundo, os outros, a exemplo de certo presidente, não sabiam de nada.

Samuel “Etô” ao ser perguntado sobre o que faria depois da copa, respondeu: “É tô a fim de me aposentar para o futebol, apesar de ter apenas 87 anos de idade, acho que vou criar camarões”. E continuou: “o futebol só me trouxe problemas, joguei pelo mundo afora e agora não tenho mais nacionalidade, assim criar camarões será um bom negócio, porque eu ouvi dizer que tem um país na África cujo nome é exatamente Camarões e quem sabe eu não consigo bater uma bolinha por lá. Vai que o pessoal de “lá gosta” de meu futebol e aí eu jogo mais um pouquinho e posso até aparecer na próxima copa do mundo. Tudo é possível.

Alexis Sanches disse que vai esperar até 2018 para que o Chile possa ter uma nova “Sanches” de ser Campeão Mundial, mas até lá ele diz que “atura o Vidal” até a próxima copa, mesmo que o “Claúdio” fique “Bravo”. Segundo Sanches, o Chile não toma jeito, pois sabe que vai jogar e vai perder sempre contra o Brasil, mas fica sempre esperando aquele “Díaz” em vai conseguir alguma “Vargas”.

Diego Forlán, que foi eleito o melhor jogador da copa de 2010, parece que esqueceu seu futebol na Espanha, mas ele disse que vai continuar “Cavani” pênaltis para ajudar o Uruguai, ainda “Stuani” ou até que o dia em que o Luís Suarez chegue ao “Caceres”. Do contrário, em 2018, ele irá fazer dupla com o “Louco Abreu” na seleção de Seniors do Uruguai.

Tiago Silva, do Brasil e James Rodriguez, da Colômbia disseram que farão uma Sociedade e montarão uma fábrica de Chupetas, pois agora entenderam o exato sentido da expressão “Bebê Chorão”. Além disso, eles pretendem contratar respectivamente a Xuxa e a Shakira, como garotas propagandas para atrair os clientes baixinhos. Pelé já liberou a Xuxa, principalmente porque além de baixinhos ela adora Chupetas, entretanto Gerard Piqué, da Espanha, está uma “fúria” e não só pela desclassificação prematura da Espanha, e não deve liberar Shakira, pois ela tem que cuidar de outro bebê em casa.

O Goleiro Buffon, depois de disputar sua vigésima copa do mundo, isso porque só existiram 20, está bufando porque achou que a Itália esteve o tempo todo “Immobile”, mesmo com a mordida do Suarez sobre o Chiellini e que para a próxima copa deverá sair “Cassano” para ver se “Abate” os adversários e a fera que morde. Ou então ele “Giaccherini” até a Espanha para “Mata” ou mesmo, na Itália outra vez, quem sabe, “Pirlo” menos a “Bala o feri”.

A Seleção da Suíça disse que participa só para manter o horário e o compromisso com seus clientes brasileiros, haja vista que seus negócios principais são produzir relógio e aceitar contas seriadas de dinheiro roubado, em particular dos clientes Brasileiros. Disse ainda que não acredita em melhora, pois o futebol da Suíça é “só isso” mesmo. O jogador Granit Xhaka salientou ainda que a seleção suíça e pura “Xhakanagem” no que se refere ao futebol e que vai continuar “Seferovic” por muito tempo.

O jogador Felipe Caicedo da Seleção Equatoriana afirmou taxativamente que sua seleção só veio confirmar aquilo que todos já sabiam: o Equador sempre “cai cedo”, mas quando questionado sobre o café brasileiro, ele mais uma vez declarou aquilo que todos também já imaginavam, dizendo que café bom é feito lá no “coador” e surpreendeu quando assumiu publicamente que lá no “coador é mais gostoso”. Christian Noboa, contrariando o companheiro, afirmou: “Caicedo, na boa, vê se cai fora, antes que eu lhe “Ibarra” naquelas “Paredes” e você fique todo “Rojas”.

A França, ainda lamentando a ausência do craque Franck Ribery, desde já disse que na próxima copa fará tudo para contar com o jogador, embora o mesmo vai estar próximo aos 200 anos, mas que vai manter contato com uma rezadeira e que ela “Evra” “Benze mais” a seleção e quem sabe ressuscita o Ribery. O Goleiro Lloris disse que já “Sakho” a intenção e que isso será um “Debuchy” com a seleção francesa.

A Seleção de Honduras, apesar de sua situação meio “Espinoza”, diz que tentará ser um time mais Garrido e não dará mais mole em 2018. Com o frio da Rússia, apesar de todos as portas dos “Palacios” terem todas as “Chávez” fechadas, vocês verão que todos os times estarão “em duras” situação de congelamento e ninguém irá dar mole. Mas o técnico de Honduras se esqueceu que primeiro precisa se classificar para a próxima copa.

Nossos Hermanos Argentinos da AFA (“Associação dos Fanáticos Argentinos”), no “afã” de ganhar a copa, já estão se “Mascherano” de “Rojo” e depois terão que “Lavezzi” tudo, inclusive o “Campagnaro” do “Palácio” com todos os “Romero” ainda lá dentro. Messi, ainda cansado e “Gago” de tanto reclamar com os companheiros, vai ler a “Biglia” e se “Garay” na oração “Di Maria”. Se a Argentina for campeã vai ser um “Agüero” sem tamanho aqui no Brasil e se for Vice-campeã o Brasil vai solicitar que ela passe a ser chamada de “Holanda da América do Sul” e vai sugerir uma faixa diagonal preta na camisa do uniforme para lembrar o “Vasco da Gama”, eterno vice.

Enquanto isso, as Seleções da Bósnia e da Croácia já estão disputando o direito pela nacionalidade do brasileiríssimo “Citrovit” para compor os seus respectivos times na próxima Copa. Enquanto isso a Sérvia, Montenegro, Macedônia, Kosovo e sei lá mais quem, estão discutindo que doravante, nas competições de futebol, talvez fosse melhor manter a antiga e tradicional Yugoslávia, haja vista que depois que houve a separação ninguém consegue ganhar mais nada. A Fifa não está gostando muito da ideia, porque menos países serão menos votos para o Senhor Joseph Blatter. Mas, isso é problema deles que são eslavos. Nós aqui não temos nada com isso. O “Citrovit” é o único brasileiro preocupado com a questão, mas como ele é repleto de vitamina C, de Campeão, certamente não há o que temer.

A Seleção do Iran disse que eles não “Iran” mais participar de nenhuma Copa do mundo, porque eles sempre têm que pedir permissão para Alá, quando querem xingar o adversário e principalmente o juiz, mas o Deus do Islamismo nunca deixa. Assim, eles resolveram deixar “P´ra lá” o mundo de futebol e isso poderá dar “maior mer…”para a próxima copa. A coisa está tão feia que até me deu saudades do “Mussum mano”.

Na Grécia aconteceu algo parecidíssimo com o Iran, só que foram os Deuses do Olimpo que causaram o problema, pois eles se uniram aos Profetas e Filósofos gregos para não deixarem a Grécia jogar futebol. Acho que é por isso que os Gregos efetivamente não jogaram nada. E para resumir vou dizer apenas o seguinte: o time da Grécia é tão ruim que “Minerva” e me dá um “Odim” terrível.

A Nigéria e seu excelente goleiro Enyeama, cujo nome ais parece dupla caipira: “Eny e Ama”, destacou o fato da sua seleção ser considerada: “o melhor time da África” e realmente a Nigéria mostrou que continua sendo o melhor time da África, mas como a Copa foi aqui no Brasil, a Nigéria não meteu medo em ninguém. O atacante Emmanuel Emenike, um dos craques do time, foi o único realmente deu muito trabalho as defesas. Aliás, deu tanto trabalho que deve ficar por aqui para contratar mais alguns trabalhadores. O atacante Ideye Brown, trouxe um penteado “homenageando” (imitando) o italiano Mario Balotelli, mas imitou tanto que ficou tão igualzinho ao atacante italiano, que também não fez porcaria nenhuma na copa. Em suma, a seleção da Nigéria, com pagamento adiantado no bolso, veio apenas passear no Brasil.

Ainda antes da copa eu ouvi um “Boateng” e alguns “Hummels” de que a Alemanha seria a campeã. Perguntei para mim mesmo: “Khedira” o contrário disso? De qualquer maneira, o time da Alemanha tem um jogador que superou o Ronaldo Fenômeno. Isto é mais que fantástico, é simplesmente metafísico. O cara é mais que o fenômeno. É preciso dar um “Klose” nesse sujeito. O atual artilheiro do time Thomas Müller foi questionado sobre seu parentesco com o antigo artilheiro Getz Müller e ele confessou que o nome Müller na Alemanha é igual a Silva no Brasil e que ele não conhecia o outro “jovem”. Essa fala lembra um ignóbil “Silva” que nós conhecemos, mas deixa para lá, pois esse está mais para mensaleiro do que para artilheiro.

Nossos amigos Lusos não passaram da fase de grupos e se a memória não me engana só ganharam de Ghana. Pois então, ora, pois pois, o gajo Cristiano Ronaldo não emplacou e Portugal ficou a ver navios no Porto. Aliás nisso, Portugal Benfica e os portugueses sempre foram bons e talvez por isso tenham tomado uma surra da Alemanha, logo na estreia, pois ficaram olhando a Baia de Todos os Santos em Salvador e ficaram tentando ver transatlânticos no Amazonas, quando estavam em Manaus (coisa de lusitanos) e aí também não conseguiram ganhar dos Estados Unidos. Nani declarou que vai crescer para a próxima copa; Coentrão doravante vai atuar apenas na salada e o Raul disse que lamentava, mas como assim como ele, todo o time português, já chegou ao Brasil cansado para “Meireles”.

Ghana, como o nome diz só engana muito e aqui não foi diferente, ocorreu mais uma “ação de Ghana”, ou seja, uma enganação. Aqui no Brasil temos um biscoito, que lá no Rio de Janeiro é chamado de “mentira carioca” e lá em Ghana é o futebol do país que consiste numa “mentira africana” ou se preferirem num mero engano. Eles não jogam nada, mas lutam muito, pois têm gana até no nome. O craque do time, Muntari, desde que chegou ao Brasil, não via a hora de “montar em” um avião e voltar para a África, porque entendia que vir ao Brasil era mais um engano.

Outra seleção que não me agradou muito foi a dos Estados Unidos. Pensando bem, acho que não foi só a mim que ela não agradou. Mas existem destaques, por exemplo, como agarra o Tim Howard, como bate o Kyle Beckrman, como luta o Clint Dempsey, quer dizer se fosse para brigar os caras seriam imbatíveis, mas era para jogar futebol e aí a coisa pesou bastante. Só para ter uma ideia, devo dizer que o craque do time, Michael Bradley, de apenas 26 anos, já está ficando careca por causa de seus companheiros de seleção e digo mais, bem fez o Landon Donovan que disputaria a sua quinta copa do mundo, mas preferiu não vir, porque já sabia do vexame. Entretanto a seleção americana, por estar no mesmo grupo de Ghana e Portugal, acabou se dando bem e classificou-se para as oitavas de final. Assim, ela passou a ter uma alternativa “oitava ruim” “oitava pior”.

Os diabos vermelhos da Bélgica, com todo respeito aos habilidosos Fellaini e Hazard, estão mais para “anjos dourados” e não fizeram mal a ninguém e além disso estavam no grupo de uma das grandes zebras da copa, a Argélia. O zagueiro belga, Kompany, está até agora procurando companhia, pois não conseguiu “Mirallas” e acabou ficado “Defour” para os adversários. Kevin de Bruyne anunciou que descobriu o seu futuro e irá estrelar a nova série “o Pimentinha”, porque descobriu que futebol e ele são assim: nada a ver.

A Argélia é para ser destacada. Não espere aí. Não é destacar do verbo jogar fora a Argélia. Não. É destacar de dar destaque mesmo, pois ela provou que existe e teve seu grande momento nessa copa do mundo. Confesso que até eu torci, se Alá me permite não sendo Islamita, pela Argélia. Tem um amigo meu, daqueles caras assim meio barro meio tijolo, que gostou mesmo foi dos jogadores argelinos, pois disse que eles são altos, fortes, bonitos e ainda fez o seguinte comentário: “pena que eles são muçulmanos e preferem jogar futebol e fazer a vontade de Alá, eu queria que eles quisessem jogar outro jogo e fazer a vontade de “a cá”, mas nem tudo é perfeito”. Mostefa e Ghilas, segundo algumas más línguas já foram convidados pela Globo para trabalhar como artistas de novelas. Obviamente eles recusaram o convite, até porque não conhecem uma palavra de português. Entretanto a Globo falou que isso não é nenhum problema porque eles, assim como todos os demais atores da emissora, não precisam saber falar nada, basta apenas aparecer com seu rostinho bonito na tela da TV. A idiotice da massa não ouve nada mesmo, então qualquer língua serve, até mesmo o árabe. Os jogadores estão reestudando a proposta, até porque eles sabem que no futebol, nunca mais conseguirão o que conseguiram nessa copa.

Na Rússia, em termos de futebol, a coisa está realmente “russa” naquele país. O timinho ruim. Meu Deus! Que coisa Horrível! Aliás, para o time da Rússia ficar ruim, ainda vai ter que melhorar muito. Além do mais, que nomes infelizes. O meu amigo “Zé das Couves” até me perguntou: “o mano Luiz, porque que os caras da Rússia não se chamam José ou João? Poxa, seria tão mais fácil. Mas, os caras preferem aqueles nomes de Vodka caseira de quinta categoria.” E ele continuou, “e tem mais, tem inclusive um cara que os pais dele não sabiam absolutamente nada de Anatomia, porque batizaram ele com o nome Kokorin. Ora, qualquer criança, mesmo aqui no Brasil, sabe que “Xixirin” é que seria correto, pois Koko vem de outro lugar”. Realmente o “Zé das Couves” tem razão está tudo errado na Rússia. Bem, mas a Rússia, a Rússia meu amigo, a Rússia é Soviética e isso muda tudo. Agora mesmo, que eles estão se apossando da Ucrânia e pretendendo outros países novamente, quem sabe não apareça o cara, talvez seja mesmo “o crânio”, para ensinar e desenvolver futebol e nomes mais simples no país.

Bem parece que acabou, mas alguns dirão: “poxa cara você é preconceituoso e nem citou nada do Japão e da Coréia. Por que você fez isso? Você não gosta dos amarelos e de olhos puxados, só porque eles são todos iguais?” Devo confessar que realmente eu ia me esquecendo desses dois grandes países. O Japão é uma das grandes potências mundiais e a Coréia é um dos países que mais crescem no mundo. Desculpem-me pela falha, entretanto a copa do mundo foi de futebol e o que eu posso dizer do futebol do Japão e da Coréia? Quero lembrar que eu também não escrevi nada sobre a Austrália e lá tem outras coisas, além de canguru, mas certamente não tem futebol.

Talvez eu pudesse comentar que na Austrália o jogador “Tim Cahill”, se machucou muito e o futebol australiano “Cahill” com ele. Poderia dizer que no Japão tem jogador que está na “onda dos motoqueiros” e vai para o treino de Honda ou que determinado um jogador teve diarreia e só “Kagawa”. Ou ainda poderia comentar que na Coréia ninguém sabe em “Kim” “Lee” “Son” do capítulo futebol eles estão, porque na verdade não jogam nada. Mas, caramba! Será que existe mesmo futebol nesses três países?

Um abraço, fico por aqui esperando que venha o frio Russo em 2018 e desde já estou torcendo para que a Alemanha não consiga se classificar.

Luiz Eduardo Corrêa Lima

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09 ago 2014

Arborização Urbana um Assunto Importante

Quase todos nós seres humanos sabemos que a principal causa do Aquecimento Global que está causando cada vez mais problemas ambientais de grande magnitude é o acúmulo cada vez maior dos gases de efeito estufa na atmosfera e que o principal desses gases é o Gás Carbônico (CO2). Sabemos também que a única maneira possível de retirar o excesso desse CO2 danoso da atmosfera é através do processo de fotossíntese, que é realizado exclusivamente pelas algas e plantas verdes. Entretanto, a humanidade continua destruindo ambientes naturais, contaminando as águas e desmatando indiscriminadamente, o que contribui para diminuir a taxa de fotossíntese planetária. Como o processo de destruição dos ambientes naturais aparentemente está longe do fim, acredito que a situação de risco da humanidade é eminente pois, ao que parece, o fim desse processo certamente acontecerá coincidentemente com o fim (extinção) da humanidade.

Desta maneira, deve ser entendido como interessante e muito bem vinda a possibilidade da humanidade tentar compensar essa perda, ampliando as áreas de vegetação, antes que seja tarde demais. Se plantar em áreas rurais é mais difícil, até pelas próprias condições de uso dessas áreas, então porque não ampliamos os locais vegetados dentro das áreas urbanas, através de projetos extensivos de arborização urbana. Entretanto, também não existem, ou existem pouquíssimos projetos de arborização urbana sendo desenvolvidos nas cidades brasileiras, embora esse seja um mecanismo recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU), através da Organização Mundial de Saúde (OMS). Aliás, a maioria das cidades brasileiras está muito longe do índice estabelecido que é de 12m² de área verde por habitante e cada vez se afasta mais dele, mas a própria OMS já tem indicado que esse índice é modesto e que, de fato, ele deveria ser 3 vezes maior, ou seja, 36 m² por habitante.

Assim, as dúvidas que ficam são as seguintes: por que será que quase ninguém investe no plantio de árvores em área urbana? Por que as cidades se afastam cada vez mais do índice proposto?

Mas, por outro lado, não precisa ser muito esperto e nem muito inteligente para perceber que os espaços urbanos tem outra conotação e outros valores. São ligados a outro verde, ao verde da moeda americana, o dólar. Infelizmente, no pensamento comum, o espaço urbano vale muito dinheiro para ser ocupado por árvores, que só servem para fazer sujeira, dando trabalho à limpeza urbana e, o que é pior ainda, para provocar acidentes ocasionais durante as tempestades. Assim, praças e jardins não são, nem de longe, prioridades, porque não servem para nada e são espaços perdidos aos interesses estritamente econômicos da maioria dos administradores públicos e lamentavelmente de muitos setores da sociedade também.

Essa visão que muitos indivíduos ainda defendem, de que a cidade é para ser ocupada integralmente como uma “selva de pedras”, além de arcaica, já provou estar totalmente errada, pois a arborização urbana é fundamental, inclusive e particularmente para à saúde e à qualidade de vida humana. Áreas verdes não só retiram o CO2 em excesso; como trazem o Oxigênio (O2); limpam o ar atmosférico, fazem o ar circular melhor, criam brisa e sombra; embelezam a paisagem, tornando a mais atraente e mais aconchegante; atraem pássaros e outros animais; amenizam a temperatura em dias quentes e principalmente ajudam a reter mais água no solo. Enfim, o aumento da arborização urbana é efetivamente muito bom para o planeta e para o homem.

Baseado nas afirmativas acima, eu questiono: será que não deveríamos promover mais campanhas de arborização urbana nas cidades brasileiras, além daquela tradicional do dia 21 de setembro de cada ano? Será que não deveríamos questionar um pouco mais a relação de custo e benefício sobre os espaços arborizados da cidade? Será que temos que concordar com os interesses econômicos que insistem em dizer que praças e jardins não servem realmente para nada?

Luiz Eduardo Corrêa Lima

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06 ago 2014

A Política Nacional de Resíduos Sólidos chegou?

O mês de agosto de 2014 chegou e com ele também chega a obrigação dos municípios brasileiros de cumprirem as orientações da Política Nacional de Resíduos Sólidos (LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010), a qual, desde a sua entrada em vigência, já foi prevista como senda mais uma daquelas “leis que não pegam”, aqui no Brasil. Pois então, segundo o texto da lei, os quase 5600 municípios brasileiros, a partir do dia 2 de agosto de 2014, estarão obrigados a ter destino e tratamento adequado de seus resíduos sólidos, sob pena de multa, corte de verbas e até mesmo prisão de seus administradores municipais.

Numa conta rápida, posso afirmar seguramente que, tirando as capitais e algumas cidades maiores, além de uns poucos municípios administrados por políticos preocupados com as questões ambientais, todos os demais municípios certamente não cumprirão o estabelecido na citada lei. Eu diria que, pelo menos 20% dos administradores públicos se quer levaram a sério o texto da lei e os outros 80% não têm absolutamente nenhuma condição de tentar cumprir o que a lei estabelece. Isto quer dizer o seguinte: ou quase todos os prefeitos das cidades brasileiras vão ser presos ou a lei não vai ser cumprida e, como já foi dito, “não vai pegar”.

Aliás, essa lei embora efetivamente boa e necessária, lamentavelmente não pode e nem tem como pegar mesmo, porque os municípios brasileiros nem se incomodaram muito com o texto da lei nesses quatro anos, desde que ela entrou em vigor, porque nem sabem o que são resíduos sólidos. Outros tantos não têm recursos econômicos e nem materiais para cumprir as metas estabelecidas e a maioria nem tem interesse no tratamento dos resíduos sólidos, pois suas prioridades são outras. De qualquer maneira, em qualquer dos casos ou situações, os quatro anos de prazo dados no texto da lei não foram suficientes para que as atribuições pudessem ser seguidas.

Em suma, o “boné velho” do tratamento dos resíduos sólidos vai começar ou então, como estamos em tempos de eleição, o governo federal vai negociar com os prefeitos e ampliar o prazo para o estabelecimento daquilo que a lei prevê. Eu, desde já antecipo, que independentemente da data prevista, esse novo prazo também não será suficiente e assim também não será cumprido, até porque, além de não haver condições básicas para o cumprimento das obrigações por parte da imensa maioria dos municípios, também não existe vontade política para tratar a questão. Essa lei ficará, como tantas outras, inócua e alguns prefeitos seguirão “empurrando com a barriga” a questão, até onde puderem.

Bem, vamos aguardar os acontecimentos que estão por vir. Mas, sejam quais forem as novidades, eu particularmente duvido que o meio ambiente possa ser beneficiado e desta forma, a qualidade de vida das populações seguirá seu caminho rumo a desgraça cada vez maior.

Luiz Eduardo Corrêa Lima

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