Categoria: Outros Textos

08 nov 2022

Criação do “Santuário do Jequitibá-rosa”, o gigante da floresta*

Resumo: Nesse texto apresento uma curta exposição da necessidade do plantio de grandes árvores, gigantes como o jequitibá-rosa, para conhecimento das comunidades locais e principalmente para possíveis tentativas de restauração de áreas naturais da Mata Atlântica do Sudeste Brasileiro.


Senhoras e Senhores, bom dia, e muito obrigado pela presença de todos vocês nesta solenidade.

Nosso mundo está caminhando muito mal e por incrível que pareça, está situação caótica deriva de questões históricas simples, que, por ganância de alguns, ignorância de outros e desinteresse de muitos se agravou a ponto de atingir um estado de gravidade extremamente preocupante. Infelizmente, o desleixo humano com as questões ambientais planetárias se agravou de tal maneira em todo mundo, que nos últimos 20 anos a humanidade não tem conseguido mais viver com recursos produzidos pelo planeta anualmente e a cada ano que passa temos aumentado o nosso déficit.  

O Brasil não está fora do cenário citado e deste modo, aqui a situação não é diferente. Entretanto, sendo o quinto maior país do planeta, detentor da maior biodiversidade da Terra e como uma das 10 maiores economias do mundo, nosso país deveria ser um dos principais responsáveis por trabalhar manter as condições ambientais compatíveis com a vida atual e futura. Contudo, interesses menos nobres, têm conduzido o Brasil historicamente a também andar na contramão nessa questão específica. Assim, o Meio Ambiente Mundial e Brasileiro têm sido progressivamente degradado e destruído para atender aos interesses particulares e prioritariamente monetários, sem nenhuma preocupação com as consequências desse perigoso fato.  

Nos últimos 50 anos a humanidade identificou mais detalhadamente alguns dos problemas planetários e passou a se preocupar um pouco mais com a questão ambiental, porém, além do passivo acumulado ao longo de cerca de 15 mil anos de história, as mudanças comportamentais efetivas e funcionais necessárias, ainda estão ocorrendo a passos de tartaruga. O planeta tem mandado seu recado, com eventos extremos e catástrofes cada vez mais acentuadas, mas grande parte da humanidade ainda não quer dar atenção aos avisos. Deste modo, chegamos numa fase em que há necessidade de que toda humanidade se mobilize rápida e progressivamente para tentar minimizar os males e alcançar uma já bastante improvável reversão dessa triste situação. Nesse sentido, o Rotary Club de Caçapava-Jequitibá, a ADC MAFERSA e a Prefeitura Municipal de Caçapava se uniram no intuito de demonstrar que têm o interesse efetivo em fazer o dever de casa.

Este evento de criação do Santuário do Jequitibá-rosa pretende ser uma prova de que reconhecemos a importância da proteção da natureza e de que entendemos que as plantas são os seres vivos que mais identificam a dependência humanidade com o planeta, haja vista que as plantas são responsáveis diretas por inúmeras coisas que garantem a vida humana na Terra. Por conta disso, é fundamental garantir sua sobrevivência e consequente continuidade. É óbvio que nosso Santuário é um exemplo simbólico, entretanto ele tem a pretensão de ser emblemático para a comunidade de nossa cidade e região.

Senhoras e Senhores, pelo Leste brasileiro, desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, primitivamente existia uma grande floresta. Na verdade, tratava-se de uma extensa massa verde que compunha um imenso Bioma, bastante diversificado e composto de vários tipos de vegetações distintas. Exatamente por causa dessa intensa Biodiversidade e grande endemismo, o Bioma em questão constitui-se num dos principais “hotspots” (área especial de biodiversidade, porém bastante ameaçada) da Terra e certamente é o Bioma mais destruído e ainda o mais ameaçado do país, haja vista que hoje, cerca de 80% da população brasileira habita exatamente no espaço territorial desse Bioma.

O Bioma em questão é conhecido popularmente como Floresta de Mata Atlântica ou simplesmente Mata Atlântica. Recebe esse nome por margear o litoral do Oceano Atlântico no território brasileiro e por sofrer influência direta da umidade e dos ventos que veem do oceano. Fato que lhe confere algumas características especiais e que lhe garante o forte grau de endemismo, tanto de espécies vegetais, quanto de espécies animais.

Na Mata Atlântica, dentre a vasta diversidade de plantas existentes, ainda podem ser encontrados alguns “gigantes”, os jequitibás, alguns com mais de 50 metros de altura. Dentre esses “gigantes” encontra-se o nosso “Jequitibá-rosa” (Cariniana legalis), mais comumente localizado na faixa entre os estados da Bahia e do Paraná. Entretanto, como foi dito, a Mata Atlântica é o Bioma mais explorado e degradado do país e os “gigantes” que nela ainda existem certamente são espécies bastante ameaçadas e em vias de extinção, pois foram os que mais sofreram com a destruição, por conta do interesse em sua madeira nobre e farta. Desse modo, quase nada do que existiu ainda pode ser observado e principalmente os belíssimos “gigantes”, hoje são naturalmente raros de serem encontrados. 

Na região do Vale do Paraíba, particularmente aqui em nesta área do vale, que inclui Caçapava, até bem pouco tempo atrás ainda existiam alguns remanescentes de grande árvore, por isso mesmo Caçapava é famosa pela ocorrência primitiva do Jequitibá-rosa, que está presente, inclusive, no Hino Oficial do Município e dá nome há vários sítios e entidades da cidade. Entretanto, hoje quase todos os Jequitibás-rosa de Caçapava foram derrubados em nome do “progresso”, mas ainda existem alguns em propriedades particulares e tem um famoso remanescente na beira da antiga Rio-São Paulo, logo depois da divisa entre os municípios de Caçapava e São José dos Campos.

Na verdade, esse Jequitibá-rosa de São José, não é apenas um remanescente, mas é, antes de qualquer coisa, um sobrevivente, por tanto que tem sofrido ao longo da história. Volta e meia alguém tentou derrubá-lo ou incendiá-lo, mas o gigante resistiu e agora aquele exemplar está protegido por uma lei municipal de São José dos Campos. Contudo, seu estado de saúde não é dos melhores e seu futuro é bastante incerto.

Por volta de 1990, eu e alguns amigos que compunham o Conselho Municipal de Meio Ambiente da Caçapava da época, conseguimos cerca de 100 mudas de Jequitibá-rosa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ​​(IBAMA) de Lorena e plantamos essas mudas em lugares estratégicos da cidade, mas parece que quase ninguém se interessou por manter a nossa história e tentar proteger essa fabulosa árvore, porque a maioria delas foi totalmente destruída em poucos dias. Algumas sobreviveram um pouco mais e hoje, 32 anos depois, só sobraram pouquíssimos remanescentes daquela época, em propriedades privadas. Esses exemplares hoje têm cerca de 10 metros de altura, mas ainda são jovens e vão crescer muito mais.

Em 2002, como Vereador e Presidente da Câmara Municipal de Caçapava, consegui aprovar um projeto de lei, que foi sancionado pelo Prefeito em 24 de outubro de 2002 e que considera o Jequitibá- rosa como árvore símbolo de Caçapava.  Isto significa dizer que, recentemente fez 20 anos que o Jequitibá-rosa é oficialmente a árvore símbolo da cidade, mas infelizmente a maioria das pessoas não sabe disso e o que é pior, muitos nunca viram um jequitibá.

 Recentemente o Rotary Club de Caçapava-Jequitibá, por conta de completar 30 anos de existência, juntou-se com a ONG Eco Vital e a Prefeitura Municipal empreendendo um projeto de plantar 30 jequitibás-rosa nos pontos extremos e alguns locais da cidade. Esse projeto ainda não está concluído e encontra-se em pleno andamento, ou seja, estamos plantando os gigantes gradativamente. 

Pois então, foi a partir do projeto dos 30 jequitibás, que tivemos a ideia de fazer este “Santuário do Jequitibá-rosa”, com o plantio de um jequitibá (símbolo de Caçapava) ladeado por dois ipês-brancos (Tabebuia roseoalba), que para nós, rotarianos, há mais de 50 anos, simboliza a “Árvore da Amizade”. Aqui, neste “Santuário do Jequitibá-rosa”, temos certeza de que o nossa “árvore gigante” e suas duas companheiras e damas de honra serão devidamente cuidadas e mantidas em segurança e poderão crescer para a posteridade.

Nós, do Rotary Club de Caçapava-Jequitibá, esperamos que esse pequeno ato seja um exemplo significativo a ser seguido para desencadear uma verdadeira noção de proteção de nossa árvore símbolo e quiçá de respeito e de incremento efetivo em projetos progressivos de recuperação de nossa Mata Atlântica primitiva. Esperamos ainda que todos os munícipes consigam entender a importância de manter viva e lembrada essa espécie ícone, que é uma das guardiãs da Mata Atlântica que aqui existiu e que ainda nos auxilia a contar a história de nossa região e mais particularmente, a história de Caçapava.

Enfim, nossa expectativa maior é que este nosso pequenino passo, além de ser um sonho, possa também significar um marco real nas ações de proteção efetiva às árvores nativas da Mata Atlântica, a partir de seus “gigantes”. Deste modo, esperamos que venham os plantios de outros jequitibás e outras árvores na nossa cidade, com a anuência e o envolvimento dos diferentes setores da comunidade caçapavense. Quem sabe assim, todos nós caçapavenses, de nascimento ou de coração, de fato ou de direito, passemos a compreender melhor a importância de proteger e preservar as árvores e as florestas nativas para as nossas vidas e principalmente para vida dos humanos que ainda vão nascer.

Para terminar, queremos agradecer a ADC MAFERSA e a Prefeitura Municipal de Caçapava, pela colaboração e pela parceria nessa empreitada que certamente será um marco para a história de Caçapava. Façamos coro para o crescimento e o desenvolvimento do nosso “Gigante da Floresta Atlântica” e que Deus permita vida longa ao “Jequitibá-rosa” e às demais árvores que surgirão no município a partir desse insigne momento.

Muito obrigado pela atenção.

Luiz Eduardo Corrêa Lima**

*Discurso proferido na cerimônia de criação do “Santuário do Jequitibá-rosa”, na ADC MAFERSA de Caçapava/SP, em 07/11/2022.

** Associado Representativo do Rotary Club de Caçapava-Jequitibá e Presidente da Comissão de Meio Ambiente do Distrito 4.571 de Rotary International.

27 jul 2015

1 ANO DE SITE

Resumo: Meus amigos, no dia 23/07/2015 meu site completou um ano. Enviei uma carta de agradecimento aos leitores registrados no site e gostaria de compartilhar essa mesma carta com os demais leitores. Essa é uma forma de agradecer todo apoio que tenho recebido ao longo desse período.


1 ANO DE SITE

Carta aos Leitores:

Meus amigos, alunos, professores e leitores em geral, no dia 23/07/2015, meu site (www.profluizeduardo.com.br), completou 1 ano no ar. O tempo realmente passa muito ligeiro e parece que foi ontem que meu filho me falou: “pai vou fazer um site para você colocar seus artigos”. No início achei aquela ideia meio estranha, mas como sempre (desde 2002) postei artigos em inúmeros outros sites, hoje contabilizando mais de 150 textos e 250.000 (duzentas e cinquenta mil) leituras, porque não ter o meu próprio site também. Pois então, 365 dias depois, só posso dizer que meu filho tinha razão e que por menos que possa parecer, as pessoas ainda leem e leem bastante, porque nesse ano, colocamos no ar cerca de 70 textos e o site recebeu mais de 12.500 visualizações (média superior a 1.000 por mês), mais 6.100 sessões (média superior a 500 por mês) e mais 4.700 diferentes usuários (média de quase 400 por mês). Diferentes textos foram lidos por inúmeras pessoas em todos os 6 continentes, em 21 subcontinentes, em 96 países e em 1019 cidades pelo mundo afora, em pelo menos 50 idiomas distintos. Quer dizer, eu só posso agradecer a todos em geral e ao meu filho em particular, pela colaboração e por acreditarem e darem crédito a esse velho professor que gosta de escrever, de divulgar ciência e principalmente de discutir assuntos atuais, mormente nas áreas de Biologia, Cultura, Educação, Meio Ambiente, Política e com destaque especial, sobre as questões regionais do Vale do Paraíba do Sul. Mas, que em suas inclusões como escriba, também se atreve a fazer poesias, cordéis, crônicas, contos, que emite opiniões e abre discussões sobre Esporte, História, Geografia e Políticas Públicas. Nosso site, que inicialmente foi criado para colocação de meus textos, sem nenhuma pretensão maior, hoje está mais para um fórum de ideias e de debates, onde eu tenho lançado sementes de informações e de discussões e vocês têm discutido sobre elas, dentro e fora do âmbito do site. Eu considero que isso é um fato realmente sensacional e que só enriquece mais cada um de nós e principalmente a nossa região e sua sustentabilidade para as gerações futuras. Quero dizer que, de minha parte nada irá mudar. Isto é, continuarei provocando os leitores com meus artigos, afim de que novas ideias e atitudes socioambientais possam ser pensadas e estabelecidas em prol de nossa região e de toda a comunidade nela existente. Nosso Vale do Paraíba do Sul precisa continuar crescendo, apesar e além dos interesses de grupos políticos. Meus amigos, só me resta dizer, mais uma vez, muito obrigado a todos vocês e vamos em frente.

Luiz Eduardo Corrêa Lima Caçapava, julho de 2015

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17 jul 2015

O Pendrive e a procura eterna

Resumo: Desta feita estou trazendo um problema cotidiano, que está cada vez mais comum na atualidade, trata-se da perda de pendrives. Aproveito o fato de ter acontecido comigo, para tentar fazer um texto engraçado sobre a questão. Considerando que está é uma situação bastante comum, acredito que será possível produzir algumas risadas, porque certamente o leitor irá se lembrar de situações similares já vividas, no que diz respeito a esses pequenos dispositivos eletrônicos.


O Pendrive e a procura eterna

Diz o ditado que: “a vida é uma eterna procura” e eu complemento, principalmente para quem usa um pendrive como instrumento de trabalho. Na vida estamos sempre procurando uma nova oportunidade, a mulher amada, o amigo fiel, um emprego melhor, a casa dos sonhos. Enfim, a vida é realmente uma eterna procura, que algumas vezes chega a um resultado satisfatório e outras vezes não. Mas, no caso do pendrive, a procura é sempre (100%), ou seja, é uma procura eterna, da qual nunca se chega a solução nenhuma. Isto é, o resultado da procura é sempre uma nova procura. Você pode até mudar de procura, mas continuará procurando, com a certeza de que não irá encontrar um resultado final satisfatório para o que deseja. Bom, continuem lendo o texto que eu vou provar para vocês o que estou afirmando.

Antes de qualquer coisa, eu quero aqui deixar a minha declaração de que não tenho nada contra pendrives ou quaisquer dispositivos eletrônicos similares, que, aliás, são objetos fantásticos e extremamente úteis na sua função de guardar a informação. O que eu lamento e o fato de que o sujeito que inventou o pendrive, o qual obviamente tinha apenas a intenção de ajudar a resolver um grande problema das pessoas na vida moderna, nunca pensou na possibilidade de que o mesmo pudesse ser perdido. O pendrive é realmente fabuloso, pois permite reunir todas as informações em um único instrumento, pequeno, leve e capaz de ser transportado facilmente, mas certamente seu inventor nunca imaginou a possibilidade de que um objeto tão pequeno e útil, pudesse acabar produzindo problemas tão grandes, quando ele simplesmente desaparece, fato que é bastante comum, como todos nós podemos comprovar. Quem não perdeu ou não conhece alguém que tenha perdido um desses objetos?

A procura no que diz respeito ao pendrive começa pela procura do próprio pendrive, já que existem centenas de modelos diferentes no mercado, com capacidades de memória também diferentes. Depois disso a procura segue, porque na grande maioria das vezes você não sabe onde ele está, quando há necessidade de encontra-lo. O pior, é que muitas vezes você continua procurando e não achando o dispositivo, porque efetivamente já o perdeu. Há lugares em que o pendrive se esconde tão bem, que é muito pouco provável de ser encontrado. Coisa difícil, por exemplo, é encontrar um pendrive dentro da bolsa de uma mulher. Mas, vamos deixar isso para lá e vamos seguir com o assunto, até porque os pendrives não são os únicos objetos que não são encontrados nas bolsas das mulheres.

Podemos considerar aqui que você foi um sujeito feliz e rapidamente achou o seu “bendito” pendrive, quando precisou do mesmo. A partir desse momento você passa a ter um mundo diferente (o mundo pendrive), um mundo de novas procuras que irão se desenvolver paulatina e progressivamente. Após ler esse artigo, você verá que sua busca poderá ser eterna.

Primeiramente você tem que procurar um computador relativamente novo para introduzir o pendrive, porque as máquinas mais velhas muitas vezes não têm entrada para pendrive. Ao encontrar um computador compatível, você introduz o referido dispositivo na entrada própria do computador (entrada USB) e espera que ele abra, mas nem sempre o que você espera é o que acontece. Ninguém, nem os grandes especialistas em Informática, sabe bem porque, muitas vezes, o pendrive simplesmente recusa-se a abrir e não abre de maneira nenhuma. Bem, então você tira o nefasto dispositivo do computador e insere várias outras vezes sem sucesso, até que você desiste e procura outro computador ou já desiste daquele pendrive e joga ele fora.

Mas, vamos supor que dessa vez não ocorreu nenhum problema e o dispositivo abriu no primeiro computador que você colocou, embora tenha demorado um pouquinho porque o antivírus do computador resolveu fazer uma varredura para ver se o seu pendrive estava limpo de vírus. Mas, continuando, quando você consegue abrir o pendrive você se sente feliz, mas, na verdade, você não está nem na metade de sua procura porque é a partir desse momento, que o “bicho vai pegar” e as coisas vão se complicar muito, porque aí surge aquele outro probleminha: em que pasta está aquele arquivo que eu preciso encontrar? E então, você passa a procurar a pasta certa e abre pasta, fecha pasta, abre pasta, facha pasta e nada. Obviamente você vai ficando nervoso.

É exatamente nessas altura que chega aquele amigo legal, que acha que você é um sujeito muito burro ou pelo menos mais burro do que o normal e diz: “porque você não vai até a procura e digita o nome do arquivo?” E então, você para não mandar seu amigo para a “pqp”, você simplesmente diz o óbvio: “se eu soubesse o nome já teria feito isso”. E desse modo, você segue à sua procura interminável pelo arquivo desaparecido, mas que você tem certeza que está naquele maldito pendrive. Sim, naquele pendrive, porque pendrive é que nem chave, que você tem várias, mas cada uma delas é para uma determinada fechadura e muitas vezes você confunde as chaves e sofre para conseguir abrir as portas. Mas, esse é outro problema, vamos em frente.

Você estava com o pendrive certo, encontrou a pasta certa e finalmente abriu o arquivo certo. Caramba, quanta raridade (certeza) numa frase só. De repente, eureka! O arquivo é aberto, mas você olha, olha e olha e não entende nada, porque o computador abriu o arquivo num programa que não tem nada a ver. Aparece uns símbolos estranhos ou uma linguagem maluca e você não entende nada. Outras vezes, acontece que está tudo quase normal, apenas a formatação é que mudou e aí o arquivo está “apenas” desfigurado e assim não é bem aquilo que você queria, mas quem sabe pode servir ao seu interesse e, ainda que não esteja ótimo, sua procura poderá ter chegado ao fim.

Entretanto, você não é daqueles sujeitos que faz as coisas pela metade, não se conforma com o resultado “meia boca” e resolve melhorar a situação. Bem, aí começa tudo de novo, porque você terá que procurar outro computador para tentar abrir o desgraçado do pendrive. É claro que, dessa vez, você irá sofrer menos, porque você certamente lembra qual é a pasta e o arquivo que você deseja encontrar.  Ou será que você, depois de tanto aborrecimento, acabou se esquecendo de tudo? Não, não é possível, você é uma pessoa sensata e se lembra exatamente de tudo, obviamente você não vai sofrer duas vezes ou vai? Bem, deixemos isso de lado e vamos em frente.

Encontrado o outro computador, você aproveita para olhar as horas e observa que já está fazendo mais de meia hora que você está ali tentando abrir um arquivo, o que, em condições normais, levaria apenas alguns segundos. Mas, você encontrou outro computador e novamente inseriu o pendrive no devido local. Dessa vez você não tem dúvidas de que “tudo vai dar certo”, a não ser que…. Pois é, acabou a bateria do “notebook” ou faltou energia no local onde está ligado o “deskbook”. Caramba! Você realmente é um sujeito de pouca sorte ou então Deus está contra você. Nesse momento, você se auto pergunta: porque eu não joguei esse negócio fora quando pude e não comprei logo uma HD externa? Assim, nessa situação difícil, você resolve deixar para depois e desiste momentaneamente de abrir aquele pendrive miserável.

Quatro horas depois ou, quem sabe, no dia seguinte, certamente você já está em outro lugar, dessa vez até com energia elétrica normalizada e você, que também está bem mais tranquilo e quase já havia se esquecido de todo o aborrecimento com aquela situação que deveria ser simples, mas que ficou complicadíssima. Bem, você está claramente mais determinado a resolver a sua pendência e decide que finalmente agora vai abrir o pendrive e resolver todo os problemas. Nesse momento você se toca: pendrive, que pendrive? Você acaba de lembrar que depois de tanta confusão, você simplesmente esqueceu de tirar o pequeno aparelho da última máquina em que o inseriu e aí fica desesperado. “Pqp”, que idiota que eu sou, esqueci de tirar o pendrive do computador! E agora? Meu Deus, minha vida está naquele pendrive, preciso encontra-lo ou o meu mundo vai acabar!

Algumas vezes ainda é possível voltar ao local, outras vezes não e aí você tem que fazer uma série de ligações para perguntar as pessoas se, por acaso, alguma delas viu o seu pendrive ou se alguém conseguiu pegá-lo e guardou para você e assim a coisa se complica cada vez mais. Alguns colocam até anúncio no jornal, no rádio e na TV. Entretanto, você está num daqueles dias de sorte e volta ao local facilmente, mas quando chega lá, o susto é muito maior. Caramba! Cadê o pendrive que estava aqui? Pois então, já era, o seu pequeno dispositivo eletrônico sumiu. É um mistério impressionante a capacidade que esses pequenos dispositivos eletrônicos têm de desaparecer. Pendrive às vezes parece coisa do diabo! Quem já teve a infeliz oportunidade de perder algum pendrive, sabe muito bem o que estou dizendo.

Agora sua vida está realmente destruída, seu pendrive, com todos os seus trabalhos, seus compromissos e seus segredos desapareceu e sabe lá na mão de quem foi parar. E se tiver algo comprometedor dentro dele? Em algumas situações, algumas pessoas começam até a pensar no suicídio, porque perderam o pendrive, no qual existiam informações comprometedoras. Mas, você não é esse sujeito e vai conseguir superar, pela terceira vez, essa grande perda, apesar do objeto ser pequeno. Além disso, você reflete bem sobre a questão, depois de passar três noites sem dormir, pensando no pendrive e nos possíveis locais onde ele possa estar ou nas pessoas que podem ter ficado com ele.

Finalmente você conclui, que o pendrive é uma porcaria, um objeto muito pequeno e que o pendrive ideal deveria ser como um tijolo, porque aí, nem você e nem ninguém conseguiria mais perder esse tipo de dispositivo. Isso, certamente irá gradativamente satisfazendo o seu ego, porém, efetivamente, não resolverá a situação e você continuará sempre pensando: onde estarão os meus pendrives perdidos? Quem é o “fdp” que encontrou o meu pendrive e não me devolveu? E você seguirá sua vida na eterna busca dos pendrives perdidos.

Essa coisa de perder pendrive está tão comum, que tem um amigo meu que já define felicidade como sendo: “o reencontro ocasional de um pendrive, após uma semana de tê-lo dado como perdido”. Segundo esse meu amigo, reencontrar um pendrive perdido é o êxtase, embora seja algo muito raro, quase impossível, algo apenas comparável a possibilidade de fazer um político petista falar uma verdade.

Algumas vezes, embora também seja raríssimo, você consegue, através de causas estranhas e milagrosas, encontrar o pendrive, que por acaso tinha resolvido se esconder de você, dentro da bolsa de sua mulher. Certamente ela irá jurar que não colocou o “aparelhinho nojento” dentro da sua bolsa e deste modo aquele “pendrive atrevido”, deliberadamente, quis se esconder dentro da bolsa. Obviamente você não vai discutir sobre o absurdo, porque senão ela é capaz de jogar o coitado do pendrive dentro da panela de pressão, cozinhá-lo junto do feijão e jurar que: “esse objeto que você procura nunca existiu”. E é aí, que você está definitivamente ferrado.

Então, é nesse momento que você relaxa e descobre que a felicidade efetivamente existe, porque, além de achar o pequeno objeto, você ainda consegue deixar sua mulher sem razão e sem nenhuma condição de reclamar, porque o pendrive esteve o tempo todo na bolsa dela. Entretanto, algumas vezes ela ainda vai tentar explicar que, na verdade, ela estava guardando o dispositivo para que você não o perdesse ou que fez tudo de propósito para que você percebesse claramente a importância do pendrive e tomasse o devido cuidado para não permitir que ele sumisse. Mas, como eu disse, essas duas coisas: você reaver o pendrive e sua mulher não reclamar, são realmente muito raras.

Conclusão, depois de uma semana de muito sofrimento, sem o pendrive e ouvindo sua mulher dizer que você é um irresponsável e relaxado. Além disso, com a absoluta certeza de que aquele objeto importante não retornará mais ao seu convívio, como ninguém é de ferro e como na vida moderna, nem você e nem ninguém consegue viver mais sem um pendrive, sua providência final é começar tudo de novo. Assim, você entra na loja de materiais eletrônicos mais próxima e “vai tentar comprar” um novo pendrive, no qual burramente você vai, mais uma vez, colocar toda sua informação útil e necessária, até a próxima perda e a consequente procura.

A propósito, eu disse “tentar comprar”, porque nem sempre você consegue, haja vista que muitas vezes você tem que procurar por várias lojas, pois muitas pessoas já chegaram na sua frente e compraram todo o estoque de pendrives disponível, exatamente porque essas pessoas também já haviam perdido os seus respectivos dispositivos.

Luiz Eduardo Corrêa Lima

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25 dez 2014

Carta aos Leitores – 2014

Resumo: Carta aos leitores de agradecimento pelo apoio durante o ano de 2014.


Carta aos Leitores

Meus amigos nesse final de 2014 estou tendo a felicidade de superar as 250.000 (duzentos e cinquenta mil) leituras dos meus textos nos diferentes sítios (“sites”) em que tenho colocado textos na INTERNET. Na verdade, contando aproximadamente tudo já foram superadas as 275.000 leituras, mas muitas não existem registros precisos (conforme está apresentado na tabela abaixo).

No Recanto das Letras estou chegando a 198.000 (cento e noventa e oito mil) leituras, em 115 textos e 6 anos de postagem; no Portal da Educação estou chegando aos 14.000, em apenas 9 textos e 2 anos de postagem. Meu “site” particular (www.profluizeduardo.com.br) atingiu 6.300 visualizações e 2200 sessões, em menos de 6 meses no ar, já foram registradas leituras dos artigos de meu site em, pelo menos, 37 países e 233 cidades pelo mundo afora.

Nos demais “sites”, eu não tenho registro preciso dos números, mas tenho absoluta certeza que no Vejo São José, onde posto artigos desde 2002, tenho, pelo menos, 35.000 (trinta e cinco mil) leituras, em 54 textos ao longo desses anos. Os Senhores hão de convir comigo, que estas são realmente algumas marcas mais que significativas. Sou suspeito por falar de mim mesmo, mas penso que são marcas excelentes.

Obviamente estou muito contente com esses números, mas devo esse resultado expressivo aos meus amigos e leitores, os quais têm colaborado bastante comigo. Não tenho nenhuma dúvida de que, se não fosse o interesse pessoal de meus amigos e leitores pelos diferentes textos, esse sucesso não seria possível. Até porque, obviamente eu jamais pensei que seria capaz de atingir alguma dessas marcas tão significativas. É por isso que estou me dirigindo a vocês, para agradecer a colaboração que vocês têm me oferecido, tanto diretamente, através da leitura, quanto indiretamente, através da divulgação dos textos.

Muito obrigado a todos.

Mas, por favor, enquanto acharem que está valendo a pena, que os textos trazem alguma informação importante, continuem lendo e divulgando os textos. Aliás, aproveito o momento para dizer que é fundamental a crítica (tanto positiva, quanto negativa), por isso mesmo peço que me mandem comentários sobre os textos para que eu possa tentar aprimorar o meu trabalho.

Abraços a todos, Feliz Natal e um 2015 fabuloso e repleto de realizações.

Professor Luiz Eduardo Corrêa Lima

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22 dez 2014

TRÊS TROVAS SOBRE A PAZ

Resumo: Meus amigos, considerando a proximidade do Natal e da chegada de um Novo Ano, resolvi deixar aqui as minhas mensagens de PAZ, através de 3 Trovas que escrevi em 2002 e que até o momento, ainda não haviam sido publicadas. Espero que gostem e reflitam sobre o significado de cada uma delas.


TRÊS TROVAS SOBRE A PAZ

 

PAZ I

Povo que vive em paz,

Sabe muito bem viver.

Ensina tudo que faz,

Não tem tempo a perder.

PAZ II

A Paz para meu coração,

Depende d´eu ter vontade.

A paz no nosso coração,

Depende da amizade.

PAZ III

Pro mundo viver em paz

E com muita felicidade,

Só precisa muito amor,

Justiça e igualdade.

Feliz Natal e um 2015 com muita paz e repleto de realizações.

 

Luiz Eduardo Corrêa Lima

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